O mais recente boletim informativo da Defesa Civil do Estado, divulgado na tarde desta quinta-feira (12), aponta que 156 prefeituras gaúchas já decretaram situação de emergência em razão da falta de chuva. O número corresponde a 31,3% dos 497 municípios.
Os últimos decretos foram publicados por Ernestina e Protásio Alves. Dos 52 decretos homologados pelo governo do Estado, 36 foram reconhecidos pela União. Quando há o reconhecimento federal de situação de emergência, os municípios passam a ter acesso a eventuais liberações extraordinárias de recursos. No entanto, as reivindicações de produtores gaúchos pedem auxílio mais expressivo.
Com essa atualização, a Defesa Civil aumentou a projeção de perdas com a estiagem no Estado para mais de R$ 600 milhões. Em fevereiro, a projeção de perdas era de R$ 430 milhões.
Na soja, principal cultura da estação, a redução em relação ao que se esperava colher no início do ciclo é de 32,2%, com o volume caindo para 13,3 milhões de toneladas. No plantio, a projeção era atingir 19,7 milhões de toneladas.
Após a estiagem de 2011-2012, o Estado tinha registrado safras recordes sequenciais. Em 2019 foram 34,6 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas — 1,5 milhão de toneladas a mais do que em 2018, segundo o IBGE. Porém, para 2020, a escassez de chuva não permitirá a supersafra estimada pelo governo. Além da soja, as principais perdas, até o momento, ocorrem na cultura do milho, feijão e leite.
Quanto ao abastecimento de água, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) informou que quatro municípios estão sendo atendimentos por meio de caminhões-pipa: Pinheiro Machado, Fontoura Xavier, Garibaldi e Morro Redondo. Esporadicamente, Capão do Leão, Farroupilha, Estrela, Nova Araçá, Nova Roma do Sul e Derrubadas também recebem auxílio.