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A Justiça de Santa Catarina autorizou a quebra do sigilo dos celulares do acusado Leonardo Proencio, de 22 anos e da vítima Rafael Caranhato, de 24 anos. O dentista foi morto na semana passada em Fraiburgo, no Meio-Oeste do Estado. O site NDMais, que acompanha o caso, revela nesta publicação, mais informações sobre o crime que abalou o Meio-Oeste de Santa Catarina.
Segundo o juiz, a autorização da perícia para a quebra de sigilo de dados telefônicos contidos nos aparelhos celulares da vítima e do acusado possibilitará a recuperação de arquivos já excluídos e a extração de informações, a exemplo de conteúdos de texto, áudio, fotos e vídeos.
“A ruptura do sigilo telefônico é providência imprescindível e que pode assegurar a descoberta de importantes informações para a instrução dos crimes”, disse o juiz Felipe Nóbrega.
Leonardo teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia, no dia 17 de setembro, em razão da periculosidade social e para manter a ordem pública, segundo o juiz. O acusado está preso em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí.
Ele ainda não tem advogado de defesa. A profissional que o representou na audiência de custódia decidiu deixar o caso, por “não se sentir confortável”.
“Foi um crime bárbaro, de grande repercussão na sociedade, cujo autor deve ser severamente responsabilizado”, disse a Promotora de Justiça da 1ª Promotoria da Comarca de Fraiburgo, Fernanda Morales Justino.
O dentista foi encontrado morto no apartamento onde morava em Fraiburgo, a cerca de 390 km de Florianópolis, na manhã de sexta-feira (16). Colegas de trabalho suspeitaram a ausência de Rafael no trabalho, por ser pontual e ter pacientes para atender naquele dia, e então procuraram a Polícia Militar. Os militares entraram no apartamento com a ajuda de um chaveiro e encontraram o jovem morto.
“Encontramos várias marcas de sangue nas paredes, no chão, no disjuntor e o corpo do dentista sem os sinais vitais, enrolado em um cobertor no chão”, contou o tenente da Polícia Militar, Marcos Evandro Tarniovicz.
Imagens de câmeras de monitoramento do prédio revelaram que Leonardo deixou o prédio com o carro da vítima nas primeiras horas da manhã de sexta-feira. Ele foi preso horas depois em Ibirama, no Alto Vale do Itajaí, a cerca de 160 km de Fraiburgo.
Com ele a polícia apreendeu diversos objetos roubados da vítima, um cigarro de maconha, cartões, dinheiro e o dedo indicador do dentista, amputado para fazer saques de valores com a digital. A investigação apurou que Leonardo passou em uma agência do Banco do Brasil e sacou mais R$ 2 mil com o membro.
Segundo o Ministério Público de SC, o dentista jantou com Leonardo, se deitou e foi atacado com um canivete. O primeiro golpe foi dado no pescoço e, na sequência, vários golpes foram desferidos no rosto, no tórax, no abdômen, no braço e na mão.
Após matar o dentista, o acusado ainda tomou banho no apartamento da vítima e deixou as roupas sujas de sangue no imóvel, segundo a Polícia Científica. Leonardo se vestiu com as roupas do dentista.
A perícia estima que a morte tenha ocorrido já no início da madrugada de sexta-feira, por volta da meia-noite, quando vizinhos ouviram barulhos no apartamento do dentista, que fica no segundo andar do prédio. Pequenos cofres com moedas também foram revirados.
A Polícia Civil de Fraiburgo investiga o envolvimento dos dois, no entanto, o caso é tratado como latrocínio — matar e roubar.
O acusado de matar o cirurgião dentista se chama Leonardo Proencio. De acordo com a Polícia Militar, ele tem 22 anos, tem passagens por ameaça, invasão de domicílio e outros crimes. O jovem também tem duas condenações de lesão corporal praticados contra o ex-companheiro e a mãe deste ex-companheiro. Os processos estão em segredo de Justiça.
Leonardo se descreve nas redes sociais como torcedor do Flamengo, solteiro e um jovem de poucos amigos. Em uma das poucas fotos no Instagram ele escreve: “Quem vê assim nem imagina”. Já em outra: “Cada vez mais forte. Cada vez com mais raiva”.
Rafael Caranhato era natural de Maximiliano de Almeida/RS, mas atuava como cirurgião dentista em Fraiburgo. Ele se formou em Odontologia em janeiro de 2020, na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, em Erechim. Ele foi sepultado na cidade onde nasceu.
Em suas redes sociais, Caranhoto se mostrava um jovem de muitos amigos, vaidoso e apaixonado por música. Entre os hobbies estava cantar e tocar violão. No Instagram gostava de compartilhava vídeos cantando, em uma das publicações são cerca de 20 mil visualizações.
O irmão do dentista disse em entrevista ao ND+ que a família está perplexa com a morte. Bruno Ricardo Caranhato conta que a família ficou sabendo do crime por meio dos colegas de Rafael, que ligaram para eles preocupados com a ausência do dentista no trabalho. “Passou um tempo, me falaram que abriram a porta e acharam o corpo dele no chão, sem vida”.
O irmão do dentista diz que a família não conhecia Leonardo Proencio, suspeito do crime. Rafael também não havia comentado sobre possíveis ameaças. “Não suspeitamos de nada que pode ter sido a motivação da morte”.
