Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, discursar em ato em frente ao Quartel General do Exército, no Plano Piloto da Capital Federal, neste domingo, o Fórum Nacional de Governadores redigiu a “Carta Aberta à Sociedade Brasileira e em defesa da Democracia”. No documento, um grupo de 20 dos 27 governadores ratifica apoio aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Ambos foram os principais alvos dos grupos de manifestantes, que pediam intervenção militar e o fechamento do Congresso. A carta também critica a postura de Bolsonaro e questiona os compromissos do presidente com os princípios básicos da democracia brasileira.
Na avaliação dos governadores, a posição do presidente “afronta os princípios democráticos” do país. “Nesse momento em que o mundo vive uma das maiores crises, temos testemunhado o empenho que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros”, ressalta o documento.
A Carta Aberta também responde a críticas que Bolsonaro vem direcionando aos governadores e prefeitos, acusando-os de minimizar os impactos econômicos da Covid-19 no país estimulando o isolamento social. “Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e da proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos”, dizem.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também assina o documento. Além de Leite, a carta teve a adesão dos governadores Renan Filho (AL), Waldez Goés (AP), Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Renato Casagrande (ES), Ronaldo Caiado (GO), Flávio Dino (MA), Mauro Mendes (MT), Reinaldo Azambuja (MS), Helder Barbalho (PA), João Azevêdo (PB), Paulo Câmara (PE), Wellington Dias (PI), Wilson Witzel (RJ), Fátima Bezerra (RN), Carlos Moisés (SC), João Doria (SP), Belivaldo Chagas (SE) e Mauro Carlesse (TO).