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Agro

Vigilância ativa e investigação de notificações sustentam o primeiro ano do novo status da aftosa no RS

Certificação possibilita a produtores gaúchos a expansão para outras fronteiras no período

Seapdr
por  Seapdr
27/05/2022 18:21 – atualizado há 1 ano
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Completa-se, nesta sexta-feira, (27/5), um ano da certificação internacional do Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O novo status comprova a qualidade dos rebanhos gaúchos e a solidez do relacionamento entre o serviço de defesa e fiscalização da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e o setor produtivo.

“É um dia para comemorar, mas sem esquecer, a cada momento, que a evolução desse status aumenta o nosso compromisso como instituição. Esse movimento representa mercados que estamos conseguindo conquistar, não só em volume, mas também em valor agregado”, avalia o secretário Domingos Velho Lopes.

O chefe da divisão de Defesa Sanitária Animal, Fernando Groff, explica que o sistema, de tamanha complexidade, levou muitos anos para se estabelecer e consolidar. “Nosso trabalho para a evolução do status não é de agora: começou já em 2010, com os primeiros estudos de análise de risco multicritério. A partir desse trabalho, detectamos as principais áreas de risco de ingresso no Estado, para aplicarmos um trabalho de vigilância dirigida”, observa.

Desde então, a secretaria mantém as atividades de mitigação de risco, com trabalhos em propriedades rurais, eventos agropecuários e fiscalização de trânsito. “Visitamos, em média, 2% do total de propriedades rurais gaúchas por semestre, o que dá em torno de 5 mil propriedades visitadas por round, totalizando de 10 a 11 mil por ano. Os últimos três semestres tivemos um abalo, por causa da pandemia, com menos visita. Mas, nesse período, foram vistoriadas 2,5 mil propriedades, com 3,4 mil bovinos. Já estamos em torno de 4 mil propriedades vistoriadas neste último semestre”, diz Groff.

Uma importante ação de vigilância ativa, o programa Sentinela atua em conjunto com as forças policiais na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. O objetivo do programa, bem como do Guaritas (na divisa com Santa Catarina), é coibir o trânsito ilegal, o contrabando e o descaminho de animais e produtos de origem animal em território gaúcho. Em abril, foi concluída uma série de treinamentos para o uso de drones, a fim de qualificar a fiscalização do Sentinela nos 1,2 mil quilômetros de fronteira que o Estado divide com os dois países vizinhos, abarcando 59 municípios gaúchos. 

Expansão para novas fronteiras

Produtores gaúchos, agora com possibilidade de expandir para novas fronteiras, já têm resultados desse período de um ano de zona livre de febre aftosa sem vacinação no Rio Grande do Sul. “Em janeiro deste ano, já vendemos um touro para São Joaquim (SC), depois de mais de 20 anos. Ele foi comercializado por R$ 18 mil”, comemora o médico veterinário Gilson Barreto Hoffmann, produtor de gado da raça devon da Cabanha Santa Lúcia, localizada no município de André da Rocha.

Gilson Barreto Hoffmann, da Cabanha Santa Lúcia, localizada no município de André da Rocha - Foto: Fernando Dias / Seapd

Fundada em 1935, pelo avô materno, Amantino Barreto da Costa, a propriedade de cerca de 470 hectares trabalha principalmente com melhoramento genético de gado da raça devon, além de produzir soja, milho, aveia e azevém. Tem 450 exemplares, entre machos e fêmeas. “Produzimos uma média de 50 touros por ano. Atuamos com comercialização de reprodutores (machos e fêmeas); temos uma parceria na venda de sêmen com uma empresa com sede em Porto Alegre, cuja matriz é nos Estados Unidos. Hoje, todos os touros da raça devon que a empresa tem no Brasil são dessa parceria”, diz Hoffmann.

Como por mais de 20 anos a família não podia vender animais em pé para Santa Catarina – livre de febre aftosa sem vacinação e o Rio Grande do Sul não –, comercializou sêmen e embriões. Agora, a cabanha também pretende exportar. “Temos touros de mais de 50 anos no banco de sêmen e de até 12 anos trabalhando como reprodutores a campo. Os últimos que a gente congelou estão também habilitados para exportação para o Mercosul. O fato de o Rio Grande do Sul ser zona livre de febre aftosa sem vacinação vai facilitar muito a exportação de sêmen”, afirma.

Balanço do programa Sentinela

Neste primeiro ano de novo status sanitário, de junho de 2021 a abril de 2022, o Sentinela executou 69 operações, com 479 barreiras de trânsito, 2.539 veículos vistoriados, 378 propriedades fiscalizadas e 91.550 quilômetros percorridos. Nessas ações, foram fiscalizados 42.787 bovinos, sendo 12.677 deles irregulares, o que gerou 540 autuações e R$ 2,14 milhões em multas aplicadas, além de 234 abates sanitários. Durante as operações, foram realizadas 4.940 ações de educação sanitária.

SERVIÇO


• A notificação à inspetoria de qualquer suspeita de que a febre aftosa esteja se manifestando no rebanho é muito importante.

• A comunicação de suspeitas deve ocorrer até 24 horas do provável início da doença. O horário limite de atendimento do Serviço Veterinário Oficial no Estado é de até 12 horas, mas a Seapdr está conseguindo atender a 97% das suspeitas em menos de seis horas.

• Os canais de notificação da secretaria estão listados em www.agricultura.rs.gov.br/noti...

Sintomas


Além das feridas que dão nome à enfermidade, também são sintomas da febre aftosa: manqueira, babeira, febre, inapetência/perda de peso e redução na produção de leite. São suscetíveis à doença os bovinos, ovinos, suínos, caprinos e outros animais de cascos fendidos.

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