Uma sucuri gigante foi flagrada por um grupo de turistas que fazia flutuação em um rio de água de cristalina em Jardim, região sudoeste de Mato Grosso do Sul, a 238 quilômetros de Campo Grande. O flagrante do guia de turismo Luiz Eduardo Gonçalves, foi feito de uma distância segura tanto para os 8 visitantes quanto para o animal.
Ainda de acordo com o guia, os turistas ficaram encantados com a beleza do animal. Os visitantes acompanharam todo o trajeto da sucuri naquele momento, antes dela desaparecer na água.
"Eu preparei o grupo em uma posição para que todos pudessem observá-la. Quando ela terminou de cruzar para o lado esquerdo, ela [sucuri] parou. Por isso que conseguimos vê-la bem. Ela só escondeu parte da cabeça e foi por quase 5 minutos que ficamos a admirando", disse ao G1.
O guia comentou que a experiência foi muito tranquila "Ninguém ficou com medo. Não se criou pânico, mesmo porque eles já estavam preparados para esse possível encontro, que deu certo. Por isso, todos puderam aproveitar e curtir o momento", relembra.
A doutora em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP), Juliana Terra, explicou quais são os principais motivos que facilitam observar as grande cobras.
A especialista, que também coordena um projeto voltado para as sucuris na região de Bonito, ressaltou que nesta época do ano é bastante comum que mais sucuris sejam vistas na região por causa da chegada do inverno, momento em que as serpentes buscam manter-se aquecidas pela luz solar.
"Não é nada atípico desse ano. Pelo contrário, é bastante comum e tem alguns motivos para isso. O principal é a temperatura. Quando chega maio ou junho, quando vamos entrando em períodos e baixas temperaturas. Então é assim, sempre antes ou após uma frente fria, é comum que elas utilizem as horas do dia do sol para se aquecerem, já que a água nessa época fica muito fria, especialmente durante a noite. Então é comum que elas busquem sair da água, busquem as margens dos rios ou barrancos que sempre ficam próximos dos leitos. Ali elas buscam se aquecer sob o sol."
Ela explicou que os animais são silenciosos.
"Não que nas outras épocas do ano elas não estejam ali. Qualquer época do ano elas estão neste local, só que a gente não consegue vê-las. São animais bastante quietos, não fazem barulho, elas são muito camufladas na água com sua coloração. Enfim, é muito difícil avistá-las", disse.
A especialista explicou ainda que as sucuris são ectotérmicos, ou seja, animais que não produzem calor metabolicamente, assim, buscando o aquecimento fora da água, momento em que a maioria dos registros fotográficos são feitos.