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Esporte

Timão. Entre a experiência de Felipão e a juventude de Sylvinho

Pela primeira vez, nos 13 anos que domina o clube, o presidente corintiano está envergonhado. Não acredita como errou tanto ao contratar, e ter de demitir, Tiago Nunes.

R7
por  R7
12/09/2020 13:05 – atualizado há 3 anos
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A ala antiga da diretoria quer Felipão. A jovem, defende Sylvinho. O espanhol Ramírez também é avaliado. Andrés quer definir rápido o novo técnico

Dos sonhos da MSI, de assumirem o clube no lugar de Alberto Dualib e Nesi Curi, de construírem um estádio, de contratar Ronaldo, construir um Centro de Treinamento decente.

Eles querem Felipão.

Mas do outro, há Duílio Monteiro Alves, os que conseguiram atrair a centena de milhões de reais da Hypera Pharma, acabando com a vergonha da falta dos naming rights. Os que sonham com a internacionalização do clube. Ir além do 'quintal' São Paulo.

Pela primeira vez, nos 13 anos que domina o clube, o presidente corintiano está envergonhado. Não acredita como errou tanto ao contratar, e ter de demitir, Tiago Nunes.

Andrés chegou ao Corinthians pelas mãos do falecido vice-presidente Nesi Curi. Ele começou a trabalhar na base, no final da década de 90. Tem quase 25 anos de Parque São Jorge.

E acreditou que o treinador do Athletico iria fazer o que a sua diretoria, os conselheiros, a imprensa e a torcida exigiam: montar um time vibrante, ousado, intenso, que aproveitaria a arena como um alcapão mortal.

Exatamente como acontecia em Curitiba, na Arena da Baixada. A ideia era apagar todos os traços defensivistas, a covardia tática de Fabio Carille.

Deu tudo errado.

Por falta de dinheiro para montar um elenco melhor, por falta de empatia de Tiago Nunes com o elenco, pela expectativa criada pelo próprio Andrés.

O time ficou pior do que com Carille. Com inúmeras trocas de jogadores e estrutura tática, o treinador que veio do Paraná mostrou estar perdido.

E estava levando Duílio Monteiro Alves para a derrota na eleição corintiana. O futebol tem um peso enorme na corrida presidencial. O candidato da oposição, Mario Gobbi, estava ganhando mais e mais apoio com os fracassos do time.

Andrés teve de romper a palavra empenhada ao treinador, que o sustentaria até o último dia de seu mandato, em dezembro. E o demitiu pelo fraquíssimo trabalho e para salvar a candidatura de Duílio.

Desde ontem à tarde, quando dispensou Tiago Nunes, garantindo que pagará sua multa de R$ 1,2 milhão, pelos últimos três meses não trabalhados, Andrés está conversando com Duílio.

Escolhendo o novo treinador.

O perfil é de alguém que chegue para dar um choque. Empolge a diretoria, os conselheiros, os sócios/eleitores, as organizadas, a imprensa e os torcedores comuns.

Felipão e Sylvinho têm essas características.

Aos 71 anos, Felipão é um nome mundial. Treinador pentacampeão mundial, personagem principal nos 7 a 1 para a Alemanha, quarto colocado na Copa do Mundo com Portugal, vice campeão da Eurocopa, bicampeão da Libertadores, bicampeão brasileiro, tetracampeão da Copa do Brasil.

Seu currículo é excelente. Polêmico, vibrante, consegue montar equipes competitivas e, principalmente, é mestre em formar grupo.

Não se reciclou taticamente. Mas fez o Palmeiras campeão brasileiro de 2018. Sua imagem profundamente ligada ao rival é um obstáculo. Assim como sua demissão em setembro de 2019, ao não conseguir fazer o Palmeiras mudar sua maneira medrosa, fechada de atuar.

Nas últimas horas, Sylvinho vem ganhando apoiadores. Ele nasceu para o futebol 'no terrão', do Parque São Jorge. Os campos da base tinham pouca grama e por isso ganharam o apelido de 'terrão'.

Foi, por cinco anos, dono da lateral esquerda. Vendido para o Arsenal, em 1999, passou por Celta, Barcelona e Manchester City.

11 anos no Velho Continente como jogador, com os melhores treinadores do mundo.

Depois, foi assistente no Cruzeiro, Sport, Náutico. Entre 2013 e 2014, no Corinthians, com Tite. Ficou dois anos como auxiliar na Inter de Milão.

Mais dois na Seleção Brasileira, com Tite. Ele seria o treinador da Seleção Olímpica, em Tóquio. Mas largou a CBF para se arriscar como treinador do Lyon.

Ficou apenas 11 partidas.

Apesar dos seus conceitos modernos e da proteção do diretor brasileiro, Juninho Pernambucano, o time não rendeu nas suas mãos.

Jogou mal, sem convicção. Foram apenas três vitórias, quatro empates e quatro derrotas. A imprensa francesa reclamava da maneira confusa, insegura com que o time se comportava.

Depois do pior início de Campeonato Francês, em 24 anos, veio a demissão sumária, em julho de 2019. Desde então, ele segue desempregado.

Duílio daria a preferência a Sylvinho que poderia ser filho de Felipão, com 46 anos. Por estar ligado ao Corinthians desde a infância e ter os conceitos mais modernos do futebol mundial.

Mas Andrés alega sua inexperiência, o fracasso de sua transição de auxiliar para treinador. O presidente e o candidado querem uma definição rápida. Analisar outros nomes. Até mesmo a chance de um estrangeiro. O espanhol que comanda o equatoriano Independente del Valle, Miguel Ángel Ramírez, é sugerido a Andrés por seus amigos jornalistas.

Contra Ramírez há o problema da adaptação ao futebol brasileiro. Andrés e Duílio precisam de resultados os mais rápidos possíveis.

Contra o Fluminense, amanhã, o treinador será o ex-lateral Coelho, que os jogadores adoram. Mas que ainda não tem apoio para ser treinador do clube.

Conselheiros da situação e da oposição deram a ideia de tentar uma conciliação. E que Mario Gobbi também participe já da escolha do treinador.

Para que haja a garantia da permanência desse técnico após a eleição, vença quem for. Há essa possibilidade.

Para Gobbi, o técnico ideal acaba de fechar com o Bahia, Mano Menezes.  Andrés quer escolher o novo treinador até o início da próxima semana. Chegar à definição do nome, neste fim de semana...

No dia seguinte à derrota no Dérbi, jogadores, comissão técnica e diretoria do Corinthians se reuniram no CT Joaquim Grava, em São Paulo. A longa reunião serviu para oficializar a saída de Tiago Nunes após o revés para o Palmeiras. Ele foi o sétimo técnico demitido em nove rodadas do Campeonato Brasileiro.

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