O Tribunal de Contas da União (TCU) gastou R$ 6,36 milhões com viagens em 2019, sendo R$ 2,91 milhões com passagens aéreas e mais R$ 3,45 milhões com 5.577 diárias. Um quinto desse valor (R$ 1,18 milhão) foi empregado em deslocamentos dos 13 ministros do TCU. Além de viagens nacionais e internacionais a trabalho, eles também realizaram viagens de “representação institucional”, que custaram quase R$ 150 mil em passagens.
A ministra Ana Arraes fez sete viagens entre Brasília e Recife, sua cidade-natal, ao custo de R$ 7,4 mil. Ela foi sempre às quintas-feiras e retornou nas segundas. Filha do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes e mãe do ex-governador Eduardo Campos, Ana foi deputada federal por Pernambuco pelo PSB.
O ministro Aroldo Cedraz fez 16 viagens Brasília–Salvador, gastando R$ 21,7 mil com passagens da cota de representação. Ligado ao ex-governador Antônio Carlos Magalhães, exerceu quatro mandatos de deputado federal pela Bahia, primeiro pelo PRN e depois pelo PFL. Quando faz essas viagens, também costuma passar os finais de semana em Salvador.
O ministro Augusto Nardes é mais comedido, mas também fez três viagens para Porto Alegre com a cota de representação, ao custo de R$ 2,8 mil. Nardes faz também muitas palestras em outras capitais. Ficou em evidência por ter proposto a rejeição das contas da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015, por causa das famosas "pedaladas fiscais". O relatório dele foi aprovado por unanimidade e deflagrou o processo de impeachment de Dilma.