AU ENTREVISTA

SUTRAF-AU propõe novo modelo de produção para melhorar a rentabilidade na Agricultura Familiar

Agricultores familiares buscam modelo com custo menor. Agricultores familiares estão trabalhando para pagar custos da lavoura e quem fica com o lucro são as grandes empresas de insumos e industrialização, diz presidente do SUTRAF-AU.

Por Redação AU Publicado em 02/07/2025 17:39 - Atualizado em 02/07/2025 21:20

Diante das dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar, o Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai (SUTRAF-AU) está articulando um processo de transição para um novo modelo de produção. O tema será debatido no VIII Congresso da entidade, que acontece na próxima quinta-feira (10), na comunidade de Linha Batistela, às margens da RS-480. O evento também marcará a posse da nova direção do sindicato.

Segundo o presidente reeleito do SUTRAF-AU, Alcemir Bagnara, após a realização de vinte seminários municipais e dois regionais, o ponto mais crítico identificado foi o alto custo da produção, que tem comprometido a renda das famílias agricultoras. “Hoje, o agricultor trabalha para pagar os custos da lavoura, e quem fica com o lucro são as grandes empresas de insumos e de industrialização”, afirmou.

Bagnara destaca que os efeitos climáticos recorrentes também têm elevado os custos, tornando o atual modelo de produção cada vez mais inviável para pequenos produtores. Como alternativa, o sindicato está analisando um sistema produtivo adotado há anos pela agricultura familiar do Alto Vale, em Santa Catarina, considerado mais resiliente e sustentável para o contexto do Alto Uruguai gaúcho.

O novo modelo ainda está em fase de estudo e adaptação, mas já vem sendo testado em algumas propriedades da região. A proposta visa maior autonomia produtiva, redução da dependência de insumos externos e fortalecimento das cadeias locais, permitindo que o agricultor fique com uma fatia maior do valor agregado aos seus produtos.

“O atual caminho leva à estagnação da agricultura familiar. Precisamos construir, junto com os agricultores, uma nova lógica de produção que priorize a vida no campo, a renda e a sustentabilidade”, reforça Bagnara. Ele acredita que a mobilização coletiva será essencial para consolidar essa mudança.

O congresso do dia 10 será um marco no processo, reunindo lideranças regionais, agricultores, técnicos e representantes de entidades parceiras para discutir alternativas e traçar estratégias para a viabilidade econômica da agricultura familiar frente aos desafios atuais.

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