O Ministério Público do RioGrande do Sul anunciou na manhã desta quinta-feira o oferecimento dadenúncia contra os seis envolvidos namorte de João Alberto Silveira Freitas,40 anos, o Beto, que foi espancado e morto por dois seguranças doHipermercado Carrefour, no bairro Passo da Areia, em Porto Alegre, nanoite do dia 19 de novembro passado, na véspera do Dia daConsciência Negra.
“Além de atuar para punição dos envolvidos, foram instauradostrês inquéritos na área cível”, revelou o Procurador-Geral deJustiça, Fabiano Dallazen, em entrevista coletiva. “Os inquéritosna área cível buscam indenizar a coletividade e a promoção deações afirmativas capazes de gerar mudanças efetivas na realidade,no dia a dia de muitas pessoas que são vítimas de todo tipo deracismo”, acrescentou, lembrando da existência do racismoestrutural na sociedade. Com o encaminhamento da denúncia do MPRS, oprocesso criminal é aberto na Justiça.
Fabiano Dallazen destacou a importância da responsabilizaçãodos atores envolvidos diretamente na morte da vítima. Ele explicouquais foram os três inquéritos civis instaurados.
“Um deles épara a averiguação do dano tanto às famílias da vítima quanto aodano coletivo. O outro inquérito é para a promoção de ações quevisem enfrentar a triste realidade e cultura do racismo estruturalpara que haja uma mudança”, disse. “O terceiro inquéritoinstaurado visa a investigação da forma como é feito o controledas empresas de segurança privada no Estado, visando umaqualificação e fortalecimento deste controle”, afirmou.