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Segurança

Quebra-cabeça: Polícia começa “juntar peças” do assalto em Criciúma

Conforme o delegado, a Polícia estima levar um período de meses para a elucidação completa dos fatos, dada a complexidade do crime.

NDMais
por  NDMais
10/12/2020 21:44 – atualizado há 3 anos
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Passada uma semana após o assalto ao Banco do Brasil que marcou Criciúma no dia 1º de dezembro, as diferentes entidades de segurança pública concederam nesta quarta-feira (9) uma entrevista sobre as investigações do crime considerado o maior da história de SC.

Nestes primeiros sete dias, 14 pessoas foram presas, suspeitas de participação – duas novas prisões desde a última segunda-feira (7). Agora os policiais estão voltados em montar o “quebra-cabeça” do crime, que a Polícia acredita ter sido orquestrado por meses.

Na ocasião, cerca de R$80 milhões foram roubados por 30 indivíduos que sitiaram a cidade. Os autores utilizaram armamentos pesados, como explosivos, e fizeram trabalhadores de reféns. Fechamento de rodovias, veículos, galpões fizeram parte da complexa estrutura utilizada.

Com o espaço de uma semana dos fatos, os polícias recolheram material volumoso nas investigações. Eles atualizaram a situação do inquérito na sede do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar), que atuou para conter crime e teve o PM Jeferson Esmeraldino baleado em serviço. Ele segue internado em estado estável.

Participaram da entrevista representantes das policial Militar, Civil e Federal, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), além do governador Carlos Moisés e do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro.

Várias histórias relacionadas

No primeiro momento, o trabalho das investigações foi levantar informações. “Com os 14 indivíduos presos, agora vem o trabalho de reconstruir o crime e traçar a sua rota” ressalta o delegado Anselmo Cruz, da Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). “As prisões em flagrante vão ajudar”.

Utilizando a analogia do quebra-cabeças para explicar a complexidade dos trabalhos, Cruz categoriza o crime em Criciúma como um modelo “de cinco mil peças”. “Não é um quebra-cabeça infantil. E as peças não estão somente aqui, estão misturadas com outros quebra-cabeças”.

A analogia é para ilustrar que os indícios apontam um crime realizado por diferentes grupos criminosos de diferentes estados, e arquitetado por um longo período de tempo. “São várias histórias que estão relacionadas a este crime” ressalta.

Organização

Dentre as novidades anunciadas, nesta quarta-feira (9) a Polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no Ceará informou a Polícia, sem dar maiores detalhes. Entre outras ações realizadas fora de SC está a prisão de um casal em Campinas. Uma liderança de facção paulista também está detida.

Uma das suspeitas é de que o grupo criminoso tenha alugado um imóvel nas imediações do Banco do Brasil, afirma Cruz. Os indivíduos teriam arquitetado o crime através dele. Anselmo pediu à população, caso tenha alguma informação, procurar a polícia.

Conforme o delegado, a Polícia estima levar também um período de meses para a elucidação completa dos fatos, dada a complexidade do crime. Para não comprometer as investigações, o sigilo sobre os detalhes apurados será maior.

Civis não foram feridos

Para Cristian Dimitri Andrade, comandante do 9º BPM, o maior alívio é o fato do assalto não ter tido vítimas entre os civis. “Com o material explosivo utilizado e o armamento pesado, o dano poderia ter sido muito maior”.

Dimitri relembrou o assalto ocorrido ao Unibanco em 2003, na avenida Centenário, também em Criciúma. “Não foi levado nenhum tostão, mas perdemos dois policiais” – os cabos Joel Domingos e Sérgio Burati da Silva foram baleados e não resistiram.

Integração

As autoridades ressaltaram os trabalhos realizados para a elucidação do crime. A intensa integração entre as diferentes foi considerada por diversos momentos como algo “poucas vezes visto” em Santa Catarina.

O diretor executivo da PRF (Policia Rodoviária Federal) José Lopes Hott Junior, afirmou que dez prisões foram realizadas pelos agentes da PRF. O o delegado Ricardo Cubas, Superintendente da PF (Polícia Federal de Santa Catarina) defendeu a importância da integração nacional de forças, visto que as organizações atuam em diferentes Estados.

Participaram também da coletiva o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, o Comandante Geral da PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) Coronel Dionei Tonet. Também o chefe do IGP (Instituto Geral de Perícias) Giovani Adriano, o coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) promotor Ricardo Figueiredo Coelho Leal e o delegado Anselmo Cruz, da Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

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