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Educação

Quase 60% dos alunos desistem antes de completar ensino superior no Brasil

O estudo acompanhou alunos que ingressaram no ensino superior de 2017 a 2021

Redação O Sul
por  Redação O Sul
26/06/2023 09:37 – atualizado há 14 segundos
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O Mapa do Ensino Superior no Brasil, do Instituto Semesp, apontou que mais da metade dos alunos que entram em faculdades no país desiste antes de completar o curso.

“Infelizmente, este é um dado negativo, que preocupa”, avaliou o diretor-executivo do Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), Rodrigo Capelato. 

Segundo ele, o estudo acompanhou alunos que ingressaram no ensino superior em 2017 até 2021.

“Acabamos revelando uma desistência elevada: 55,5% desistiram do curso; 18,1% continuam cursando e apenas 26,3% concluíram no tempo devido”, completou.

De acordo com Capelato, há uma série de aspectos que explica o porquê da alta evasão.

Há alguns em comum com todos os países, mesmo os mais desenvolvidos.

“Há falta de aderência da oferta do ensino superior com relação às expectativas dos jovens de hoje.”
“Esses jovens querem contato com mercado de trabalho cedo, vida digital, e ingressar num bacharelado de 4,5 anos pode frustrá-los.”

No Brasil, porém, há características que impactam neste aspecto negativo.

“A questão econômica é fundamental: 80% da oferta do Ensino Superior é por meio da iniciativa privada, que precisa pagar mensalidade.”

De acordo com o estudo, 90% dos jovens que ingressam na faculdade têm renda de até 3 salários-mínimos, 45% de até 1,5 salário-mínimo, e, portanto, “têm dificuldade de pagar mensalidades e se manter no ensino.”

Ao mesmo tempo, o especialista destaca que o ensino de educação básica pública tem baixa qualidade.

“Por isso, alunos chegam com deficiência no ensino superior, principalmente nas áreas de exatas, não conseguem acompanhar e desistem.”

Outro fator conectado à questão econômica é a escolha do curso, que geralmente se dá pelo preço e localização, com estudantes entrando na faculdade “pouco vocacionados”, aumentando a chance de evadir.

Capelato não acredita ser possível reverter a situação a curto prazo, mas a solução passa por “políticas de acesso ao ensino superior e revolução na educação básica”.

Raio-X

Apenas 17,7% dos alunos com idades compatíveis com o ensino superior estão cursando uma faculdade.

A diferença é grande entre os estados: a maior taxa é do Distrito Federal, com 30,5%; e o pior é o Maranhão, com 10,3%.

São Paulo, por exemplo, tem 19,6% de taxa de adesão.

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