A propagação do coronavírus está acelerando no Brasil, no Peru e no Chile, informou nesta terça-feira (26) a agência regional da OMS (Organização Mundial da Saúde), exigindo a aplicação de medidas de distanciamento social, mais testes de diagnóstico e adaptação dos serviços de saúde para salvar vidas.
“Na América do Sul, estamos particularmente preocupados que o número de novos casos relatados na semana passada no Brasil tenha sido o mais alto em um período de sete dias desde o início do surto”, declarou Carissa Etienne, diretora da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), com sede em Washington.
“Tanto o Peru quanto o Chile também estão relatando uma alta incidência, um sinal de que a transmissão ainda está acelerando nesses países”, acrescentou. O continente americano “sem dúvida” se tornou o epicentro da pandemia, declarada em 11 de março pela OMS depois que o novo coronavírus foi detectado no final de 2019 na China.
Etienne disse que agora, com um total de 726.921 casos e 39.560 mortes relatadas em 25 de maio, segundo a Opas, a América Latina superou a Europa e os Estados Unidos no número diário de infecções.
Etienne pediu aos países que não abaixem as armas nos esforços para conter infecções, estimadas em mais altas do que as detectadas. “Para a maioria dos países das Américas, agora não é hora de relaxar as restrições ou reduzir as estratégias preventivas”, alertou.
Para enfrentar a Covid-19, a Opas recomenda uma combinação de medidas de distanciamento físico da população, testes de diagnóstico e preparação de serviços de saúde.
Marcos Espinal, diretor de Doenças Transmissíveis e Análise da Saúde da Opas destacou especialmente a necessidade de aumentar a capacidade de teste para impedir a progressão da doença. “A maioria dos países da América do Sul ainda não está testando no nível que deveria”, disse ele, apontando o Chile como uma exceção.