O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha, concedeu prisão domiciliar nesta quinta-feira (9) a Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar.
Queiroz cumpre prisão preventiva no complexo penitenciário de Bangu, no Rio, desde o dia 18 de junho por ordem da Justiça fluminense. Márcia também teve a prisão decretada na mesma decisão, e é considerada foragida da Justiça.
Queiroz terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá ter contato com outras pessoas citadas na investigação sobre o suposto esquema de "rachadinha" que ele comandaria no gabinete de Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).
Dias depois da prisão de Queiroz, ainda em junho, os analistas da CNN Caio Junqueira e Thais Arbex noticiaram que aliados do senador Flávio Bolsonaro apostavam no STJ como o local para barrar as investigações contra ele e para soltar Queiroz, devido à boa relação do presidente Jair Bolsonaro com Noronha.
A defesa de Queiroz havia entrado com um pedido de habeas corpus -- ou seja, pediu a soltura do ex-assessor parlamentar. O ministro Noronha concedeu o pedido em parte ao ordenar a prisão domiciliar.
O pedido de habeas corpus de Queiroz já havia sido negado no Tribunal de Justiça do Rio. A defesa do ex-assessor então recorreu ao STJ e, como o poder Judiciário está em recesso, coube ao presidente da Corte julgar o caso.
Os advogados do ex-assessor citaram o estado de saúde de Queiroz para pedir sua soltura. O ex-assessor passou por cirurgias e por tratamento de um câncer.
Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel do advogado Frederick Wassef, que naquele momento trabalhava para a família Bolsonaro.