Posse marca início oficial da Academia Getuliense de Letras e celebra força da produção literária local
Cerimônia reúne autoridades, imortais fundadores e destaca missão cultural da AGL
A noite de 5 de dezembro de 2025 marcou um capítulo histórico para a vida cultural de Getúlio Vargas. No Salão de Atos da Prefeitura, a cerimônia oficial de diplomação dos membros fundadores da Academia Getuliense de Letras (AGL) consolidou o nascimento de uma instituição dedicada ao cultivo da língua portuguesa e da memória intelectual do município. A mesa de autoridades foi composta pelo vice-prefeito de Getúlio Vargas, Dinarte Farias; presidente da AGL, Mauricio Farino; pela secretária municipal de Educação, Cultura e Desporto, Luciane Bordignon; e pela presidente da Academia Erechinense de Letras, Zeni Bearzi.

Os acadêmicos adentraram o Salão de Atos trajando a veste cerimonial da Academia, togas especialmente confeccionadas para a ocasião, reforçando a tradição e solenidade próprias das instituições literárias.
UM MARCO PARA A CULTURA LOCAL
Criada pela Lei Municipal nº 6.321, de 10 de outubro de 2024, a AGL nasce com a missão de valorizar escritores getulienses e regionais, preservar suas obras, fomentar ações culturais e inspirar novas gerações de leitores e autores. Em sua fala durante a solenidade, o presidente da Academia, professor doutor Mauricio João Farinon, destacou que “a criação da AGL é fruto de uma história construída ao longo de décadas de valorização das letras, especialmente pelas feiras do livro, pelos fóruns de debate e por projetos educacionais que sedimentaram no município uma consciência literária consistente”.
Para Farinon, o momento representa a consolidação de um desejo coletivo. “Esta instituição nasce para cultuar a literatura e, sobretudo, para tornar visível a produção local, muitas vezes tímida nas prateleiras, mas essencial para compreender quem somos como comunidade”, afirmou.
A ORIGEM DA IDEIA E O PROCESSO DE ESTRUTURAÇÃO
O presidente recordou que a proposta de criar a Academia surgiu em 2024, dentro da Secretaria Municipal de Educação, idealizada por David Anderson Zanoni e Mariele Zawierucka Bressan. “Foi uma iniciativa brilhante, gestada com sensibilidade e coragem. Eles são os responsáveis efetivos por essa ideia, abraçada pela Administração Municipal e aprovada pelos vereadores, abrindo caminho para que chegássemos a este momento”, explicou.
Farinon reforçou que a AGL é uma entidade sem fins lucrativos, apartidária, plural e comprometida com a diversidade humana. “Temos acadêmicos de áreas distintas: da literatura ao jornalismo, da psicologia ao direito, da educação física à filosofia. Essa multiplicidade é fundamental. A cultura não se constrói em uma única perspectiva”, observou.
A DIPLOMAÇÃO DOS IMORTAIS
A solenidade seguiu o protocolo tradicional das academias, com chamada individual para o recebimento das medalhas e diplomas, tornando cada integrante patrono permanente de sua cadeira. O ato incluiu também o ritual de juramento, conduzido pela vice-presidente, professora doutora Adriana Salete Loss.
A Academia conta com 25 cadeiras, cada uma em homenagem a um patrono que representa a memória literária e intelectual da cidade. A entrega das distinções foi conduzida pelo presidente da AGL e pela presidente da Academia Erechinense de Letras, Zeni Teresinha Bearzi, entidade convidada a participar da solenidade em gesto de integração cultural regional.
A PALAVRA DA ACADEMIA ERECHINENSE DE LETRAS
Durante os pronunciamentos oficiais, a presidente da Academia Erechinense de Letras, Zeni Teresinha Bearzi, destacou a importância histórica da fundação da AGL e o significado de ver nascer uma instituição dedicada às artes e à literatura. Em suas palavras: “Ao presenciar a fundação da Academia Getuliense de Letras, na qualidade de presidente da Academia Erechinense de Letras, sinto-me honrada pelo convite e quero agradecer sobremaneira ao professor doutor Mauricio João Farinon pela gentileza ímpar em agilizar minha presença aqui hoje, providenciando dois escudeiros para me trazerem a Getúlio Vargas. Obrigada, presidente. Quando nasce uma entidade cujo objetivo precípuo é cultuar as Artes, temos um vislumbre da grandeza do ser humano. A AGL e a AEL, coirmãs e vizinhas, compartilham objetivos e o nobre desejo de disseminar cultura, conhecimento e arte em suas múltiplas manifestações. Ao congregar tantos nomes, expoentes culturais desta cidade, com certeza, dessa união, sob a égide da Academia, excelentes resultados serão alcançados. 5 de dezembro de 2025! Guardem esta data. Ela é um marco na história cultural de Getúlio Vargas. Parabéns, confrades e confreiras!”
A fala reforçou o simbolismo da noite e destacou o estreitamento das relações culturais entre Erechim e Getúlio Vargas, unidas agora também pela literatura.
LITERATURA COMO PRÁTICA DE HUMANIDADE
Farinon destacou o papel transformador das letras na formação do indivíduo. “Quando desenvolvemos o gosto pela leitura, ampliamos a sensibilidade, o senso crítico, a capacidade de imaginar e de nos colocarmos ao lado do outro. As letras cultivam o sentimento do mundo”, afirmou. Segundo ele, a AGL pretende atuar intensamente com escolas, bibliotecas e instituições culturais para promover esse encontro das novas gerações com os livros.
O presidente também pontuou que o fortalecimento da literatura é uma ação coletiva. “Cabe ao professor, aos pais, aos mediadores culturais, incentivar o hábito de ler. Uma palavra de estímulo pode transformar a trajetória de uma criança”, disse, relatando experiências pessoais como docente.
DIRETORIA E SEDE DA ACADEMIA
A diretoria que tomou posse para o biênio 2025–2027 foi escolhida em eleição interna entre os 25 membros fundadores. Farinon destacou o comprometimento do grupo. “É uma diretoria que abraçou a causa e não mede esforços. Sem os imortais, nada disso seria possível”, declarou.
A sede da entidade será instalada no Centro Municipal da Cultura, junto à Biblioteca Pública, fortalecendo o espaço como referência educativa e literária. O processo de organização foi iniciado em diálogo com o poder público.
HOMENAGENS E ENCERRAMENTO
A cerimônia contou com apresentação do Movimento Orquestral Allegro (MOVA), sob regência do maestro Mauricio Casteli, que homenageou os novos acadêmicos com repertório especial. Ao final, o público entoou o Hino Rio-Grandense, encerrando a noite histórica para a literatura getuliense.
“Vida longa à Academia Getuliense de Letras”, declarou Farinon ao concluir sua entrevista. “Que ela inspire nossa comunidade a cultivar as artes, a leitura e a escrita, formando cidadãos sensíveis, críticos e comprometidos com o bem comum.”
OS NOVOS ACADÊMICOS

CADEIRA 1 - ILSON ROMEU SCHIRMBECK
CADEIRA 2 - PEDRO ANTÔNIO TAGLIARI
CADEIRA 3 - NEIVO ANGELO FABRIS
CADEIRA 4 - MARIA LÚCIA GONZATTO
CADEIRA 5 - EDINO CARLOS FARIAS
CADEIRA 6 - DÉBORA MATTANA
CADEIRA 7 –JUSSARINA ALMEIDA OLEKSINSKI
CADEIRA 8 - ADRIANA SALETE LOSS
CADEIRA 9 - MARIELE ZAWIERUCKA BRESSAN
CADEIRA 10 - ANISSARA ZIR
CADEIRA 11 - ROBERTA DALL’AGNOL RIGO
CADEIRA 12 - LUCIANE SPANHOL BORDIGNON
CADEIRA 13 - MAURICIO JOÃO FARINON
CADEIRA 14 - FRANCIANE FOIATTO SCHUSTER
CADEIRA 15 - DAVID ANDERSON ZANONI
CADEIRA 16 - GISELE MARIA TONIN DA COSTA
CADEIRA 17 - JACQUELINE RAQUEL BIANCHI ENRICONE
CADEIRA 18 – ELIARA ZAVIERUKA LEVINSKI
CADEIRA 19 - RENÍ GIARETTA OLEKSINSKI
CADEIRA 20 - EMILIANO UTERMOHL DE QUEIROZ
CADEIRA 21 - em vacância
CADEIRA 22 - ADRIANA TROCZINSKI STORTI
CADEIRA 23 - CONSUELO CRISTINE PIAIA
CADEIRA 24 - IVONEI FABIANO GROLLI
CADEIRA 25 - JANE GORETE SEMINOTTI GIARETTA