Com o avanço da pandemia de COVID-19 no país, foi possível observar que o número de pessoas infectadas com menos de 60 vem aumentando, sendo até superior ao dos idosos. No entanto, é ainda com a população da terceira idade que o risco de letalidade segue preocupante.
Segundo dados do Governo do RS, mesmo não sendo a maioria dos casos confirmados da doença, o número de óbitos entre pessoas com 60 anos ou mais é bem maior.
Confirmados:
Óbitos:
Uma das razões apontadas pelos especialistas é de que, com a idade, são maiores os riscos de o paciente apresentar doenças preexistentes que podem agravar um quadro de COVID-19.
Doenças crônicas, como diabetes, asma, hipertensão ou doença cardíaca, são fatores de risco, pois fragilizam o organismo do idoso, tornando-o mais vulnerável à evolução do vírus.
Conforme explica a Dra. Aline Thomaz, geriatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, mesmo sem apresentar comorbidades, os idosos correm maior risco de complicações e sintomas mais graves do que os que acometem crianças, jovens e adultos.
A médica ressalta que o principal motivo é a capacidade de resposta do sistema imunológico mais lenta e fraca à medida em que a pessoa envelhece e isso prejudica a reação corporal aos patógenos e à infecção viral.
Dessa forma, os cuidados devem ser redobrados. Veja a seguir as dicas da especialista:
Como os idosos podem se proteger
“O maior cuidado, sem sombra de dúvida, é respeitar com rigor o isolamento social”. Enquanto perdurar a recomendação do Ministério da Saúde, o idoso só deve sair de casa em caso de extrema necessidade.
Também é importante vacinar-se contra a gripe, além de seguir as recomendações gerais de prevenção do contágio, como manter distância de 2 metros de outras pessoas, lavar constantemente as mãos e não tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Além disso, uma boa qualidade de vida é essencial para fortalecer o sistema imunológico.
“Ter uma noite de sono de qualidade, adotar a prática de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e atividades saudáveis, como leitura, trabalhos manuais e outras opções de lazer, são bons exemplos de como se manter saudável”, é importante cuidar também da saúde mental do idoso durante a quarentena.
É necessário estar atento aos sinais para evitar o desenvolvimento de um quadro depressivo. “Ser isolado de amigos e familiares ou impedido de sair de casa e ter sua rotina alterada podem gerar sintomas como ansiedade, medo, tristeza e pensamentos negativos.”
A geriatra ressalta que os sintomas tendem a diminuir no decorrer do período de adaptação, mas, caso isso não ocorra, deve-se buscar suporte profissional. “Diversos profissionais da saúde mental atualmente realizam atendimento online periódico, focados no apoio durante a quarentena”, explica.
E para os idosos que são assistidos por cuidadores, vale destacar a importância de evitar o contato físico, como apertos de mão, abraços e beijos. O idoso e seu cuidador devem manter as mãos higienizadas e todas as superfícies e objetos de uso desinfetadas, como celulares, controle da TV, maçanetas, mesas etc.
“Outro ponto muito importante em relação aos prestadores de serviços, especialmente cuidadores, é que evitem ao máximo o contato com outras pessoas e lugares durante a sua jornada de cuidado ao idoso assistido”, reforça a especialista.