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Segurança

Polícia Civil investiga tortura contra suspeitos que teriam furtado picanha de supermercado em Canoas

Entre os suspeitos das agressões estão cinco seguranças, o gerente e o subgerente do supermercado. O caso aconteceu no dia 12 de outubro.

G1
por  G1
05/12/2022 07:28 – atualizado há 1 ano
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A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, investiga um caso de tortura dentro de um supermercado do município. Dois homens, um deles negro, foram levados para o depósito do estabelecimento e espancados por 45 minutos. De acordo com o delegado Robertho Peternelli, a dupla teria furtado dois pacotes de picanha, que custam cerca de R$ 100 cada. Entre os suspeitos das agressões estão cinco seguranças, o gerente e o subgerente do supermercado.

A polícia identificou, por enquanto, dois dos cinco seguranças envolvidos nas agressões, mas não divulgou os nomes deles. Em nota, a rede Unisuper informou que "repudiamos veementemente qualquer ato de violência ou de violação dos Direitos Humanos" e que está "integralmente à disposição das autoridades para fornecer todas as informações solicitadas".

Reprodução

Nota da rede Unisuper

Guiados pela transparência que sempre pautou as nossas ações, informamos que chegou ao nosso conhecimento a existência de um inquérito policial referente a uma abordagem relacionada a uma ocorrência de furto. Este inquérito foi instaurado para apurar a conduta dos profissionais da empresa terceirizada Glock Segurança.

Primeiramente, queremos reafirmar que repudiamos veementemente qualquer ato de violência ou de violação dos Direitos Humanos, os quais reconhecem e protegem a dignidade de todas as pessoas e são pilares essenciais para a construção de uma sociedade mais justa, e reafirmamos o nosso compromisso com o respeito à vida, à coletividade e aos valores éticos e morais que sempre marcaram a trajetória das famílias supermercadistas que construíram a nossa empresa.

Estamos integralmente à disposição das autoridades para fornecer todas as informações solicitadas no intuito de contribuir com as investigações. Somos os maiores interessados em que todos os fatos sejam esclarecidos, confiamos no trabalho da polícia, e seguiremos colaborando com a investigação e aguardando a conclusão do inquérito pelas autoridades

A empresa Glock, que presta serviço ao supermercado, disse em nota que só vai se manifestar em juízo. Os advogado do gerente Adriano Dias e do subgerente Jairo da Veiga, também disseram que só vão se manifestar em juízo.

Nota da defesa de Jairo e Adriano

Na condição de advogados de JAIRO ESTEVAN DA VEIGA e ADRIANO LUGINSKI DIAS, manifestamos o nosso respeito a todas as pessoas e instituições que atuam no presente caso.Por questões éticas e, até mesmo em respeito à autoridade policial, nossa manifestação se dará exclusivamente nos autos.

O caso aconteceu no dia 12 de outubro. A polícia só ficou sabendo porque um dos homens que sofreu as agressões deu entrada no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre com ferimentos graves. Ele tinha diversas fraturas no rosto e na cabeça e precisou ser colocado em coma induzido. Um parente da vítima contou para os agentes que o homem tinha sido espancado num supermercado em Canoas, a 20 quilômetros da Capital.

Homem usa pedaço de madeira para agredir as vítimas em supermercado do RS. — Foto: Reprodução

De acordo com a polícia, 31 câmeras de segurança gravaram o que aconteceu dentro do supermercado e também no depósito onde as vitimas foram agredidas. Os policiais foram até o estabelecimento coletar as imagens, mas perceberam que os arquivos haviam sido deletados logo que os agentes entraram no local. O delegado Peternelli apreendeu o equipamento de gravação, que foi encaminhado para a perícia. O perito criminal Marcio Faccin do Instituto Geral de Perícia (IGP) do RS conseguiu recuperar os arquivos.

Reprodução

O que as imagens recuperadas mostram são cenas de horror no depósito do supermercado. É possível ver ao menos dois homens armados. Foram 45 minutos de agressões violentas. De vez em quando, os suspeitos fotografavam as vítimas. Para a polícia, esse comportamento é uma espécie de tortura psicológica.

"Nós temos nesse primeiro momento a ideia da tortura, a tortura como forma de obtenção de provas. Eles buscaram os comparsas e eventualmente onde estavam os objetos de furto e também utilizaram essa tortura como forma de punição, naquele momento aplicando a sua pena a sua justiça privada", diz o delegado.

No fim das agressões, os cinco seguranças voltaram ao depósito e posaram para uma foto comemorativa, que foi tirada pelo gerente do supermercado.

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