QUEDA NAS VENDAS

Philco demite 800 trabalhadores

A companhia está entre as dez maiores indústrias empregadoras do polo de Manaus (AM)

Por Redação AU Publicado em há 9 horas

Além da unidade de Manaus, a Britânia Eletrodomésticos, com sede em Curitiba (PR), tem uma fábrica e um centro de distribuição em Joinville (SC)
A Britânia Eletrodomésticos, controladora da marca Philco, demitiu 800 trabalhadores da sua fábrica em Manaus (AM), responsável pela produção de televisores, fornos de micro-ondas e aparelhos de ar-condicionado. Segundo a empresa, os cortes foram motivados pela queda nas vendas durante o período sazonal e pela não concretização do crescimento esperado para 2025 nesses segmentos. A decisão resultou em um ajuste no quadro de colaboradores, conforme comunicado oficial.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Amazonas e da Central Única dos Trabalhadores no estado, Valdemir Santana, as demissões representam cerca de 30% da força de trabalho da unidade da Philco em Manaus. Ele classificou o caso como atípico, apontando que outras empresas concorrentes no setor não adotaram medidas tão drásticas, optando apenas por ajustes pontuais. “Tem estoque de TVs, e o produto não está vendendo como antes, mas não houve demissão assim”, afirmou Santana.

Apesar da justificativa da empresa, dados da Eletros — associação que representa a indústria de eletroeletrônicos — indicam uma leve alta nas vendas de televisores entre janeiro e maio de 2025, com crescimento de 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A previsão é de um avanço de 1% até o fim do primeiro semestre, sinalizando estabilidade no setor.

A Philco, uma das dez maiores empregadoras do Polo Industrial de Manaus, já havia passado por cortes significativos durante a pandemia de covid-19, quando a retração das vendas também forçou a redução do quadro de funcionários. A empresa, no entanto, não informou se novas demissões estão previstas.

O impacto das demissões levanta preocupação sobre o mercado de trabalho local e reacende o debate sobre a dependência da região em relação à indústria eletroeletrônica, especialmente em períodos de oscilação na demanda do mercado. O sindicato estuda formas de apoio aos trabalhadores afetados e cobra mais transparência da empresa sobre os próximos passos.

Termos relacionados