PF deflagra Operação Veneno Proibido contra contrabando de agrotóxicos proibidos no RS

A Polícia Federal deflagrou, no dia 14 de novembro de 2025, a Operação Veneno Proibido, com o objetivo de reprimir o contrabando de agrotóxicos estrangeiros proibidos no Brasil. Segundo comunicado oficial da PF, a investigação apura a importação ilegal e a comercialização de defensivos agrícolas oriundos da Argentina, cuja importação no país é vedada pela Anvisa.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, nos municípios de Erechim, Barão de Cotegipe e Aratiba. No inquérito policial, a PF identificou ao menos um indivíduo suspeito de coordenar o esquema por meio de suas empresas, distribuindo os produtos ilegalmente dentro do Rio Grande do Sul.

Os crimes investigados são contrabando de agrotóxicos e lavagem de dinheiro, segundo a PF. Na investigação os federais descobriram com o morador de Barão de Cotegipe, que ele mantinha estoque no interior de Aratiba e em uma loja em Erechim. 

Em paralelo, a investigação reforça o histórico de apreensões da corporação: em fevereiro de 2025, a Polícia Federal e a Polícia Ambiental gaúcha já haviam apreendido 53 galões de 20 litros de agrotóxicos ilegais em uma chácara desabitada.

O uso de produtos proibidos tem fortes implicações ambientais e à saúde pública. Agrotóxicos contrabandeados, além de desrespeitar a regulação sanitária, podem causar contaminação irreversível e riscos à população. Esse tipo de crime transfronteiriço já motivou outras operações federais no Estado, como a “Dangerous” e “Paschoal”, que, em 2023, investigaram esquemas relacionados a grãos e agrotóxicos vindos da Argentina, com movimentação financeira estimada em R$ 3,5 bilhões.

A operação da PF também se insere em um contexto mais amplo de fiscalização ambiental. Em 2023, o Ibama conduziu uma ação no Rio Grande do Sul contra o uso ilegal desses agrotóxicos, aplicando multas que somaram R$ 765 mil.

As investigações da “Veneno Proibido” continuam, e a PF informa que tentará apreender mais documentos e evidências para identificar todos os envolvidos e desarticular a rede de tráfico de defensivos proibidos.

Adubo Falso

Com essa investigação a Polícia Federal deve chegar também ao golpe do “adubo falso”, comercializado na região do Alto Uruguai com grandes prejuízos a agricultores. Produtores agrícolas lesados na região estão sendo orientados a registrar os fatos na polícia. Existe laudo de análise laboratorial que comprova a falsidade do adubo vendido na região e o caso pode ser maior do que se imagina no momento.