Dois pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Uberlândia (Icbim/UFU) buscam formas de diagnosticar a doença Covid-19, causada pelo coronavírus, utilizando a saliva.
Atualmente, o diagnóstico é feito a partir da coleta de materiais respiratórios, por meio de aspiração das vias aéreas ou indução do escarro.
O estudo é desenvolvido por Robinson Sabino-Silva e Ana Carolina Gomes Jardim em parceria com o cientista da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, Walter Siqueira.
Em Uberlândia, a Secretaria Municipal de Saúde acompanha nove casos suspeitos; dois deles são investigados pelo Ministério da Saúde. No Brasil, são 182 casos suspeitos de coronavírus. Na tarde deste sábado, o segundo caso de doença no país foi confirmado.
De acordo com os pesquisadores, o diagnóstico feito pela saliva não seria invasivo, pois a amostra poderia ser coletada pelo próprio paciente. O método também daria mais proteção à equipe de saúde, já que evitaria o contato constante com pacientes com suspeita de contaminação.
“A via que nós utilizamos é detectar moléculas na saliva, porque o vírus é capaz de promover alterações nas glândulas salivares. Qual é a vantagem do nosso método? É sustentável, pois não usa reagentes, é mais barato, tem custo benefício muito bom e não é invasivo”, explica Sabino-Silva.
A proposta foi divulgada no artigo “Impacto do Coronavírus COVID-19 para odontologia e seu potencial diagnóstico pela saliva”, publicado na revista alemã Clinical Oral Investigations, no dia 20 de fevereiro. A próxima etapa da pesquisa é realizar testes com saliva de pacientes contaminados.