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EBC
Rio Grande do Sul

Pesquisa indica tendência de disseminação mais rápida do coronavírus em cidades menores do Norte gaúcho

Essa região, por ter municípios menores e com maior proximidade entre seus núcleos urbanos, evidencia significativos movimentos populacionais e fluxos comerciais diários.

Rede Pampa/O Sul
por  Rede Pampa/O Sul
18/05/2020 20:57 – atualizado há 3 anos
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Ao analisar o avanço do coronavírus no Interior do Rio Grande do Sul, o grupo de pesquisa coordenado pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas) avalia que o processo pode ocorrer de forma mais lenta nas regiões Sul e da Campanha, enquanto na parte Norte do mapa gaúcho a tendência é de aceleração. Esse fator se deve a características demográficas, territoriais e econômicas.

“Nas partes Sul e Campanha os municípios possuem extensões territoriais maiores, com grandes distâncias intermunicipais e áreas rurais menos povoadas, característica que destoa da porção Norte, onde os municípios têm menor extensão, áreas rurais mais povoadas e proximidades maiores entre seus núcleos urbanos, facilitando os fluxos econômicos e populacionais”, detalha o estudo.

Os pesquisadores da UFPel ressaltaram a concentração populacional da Região Metropolitana de Porto Alegre e sua espacialização para áreas do Norte do Rio Grande do Sul (seguindo as rodovias BR-116 e BR-386) e com destino ao Centro do Estado (pela BR-290 e BR-287).

“Observa-se que os principais centros urbanos, como Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Bento Gonçalves, Santa Maria e Pelotas, apresentam números mais elevados de habitantes por quilômetro quadrado, mas é possível visualizar uma tendência de concentração populacional em municípios menores que se direcionam à porção Norte gaúcha e que apresentam proximidade entre seus núcleos urbanos e áreas rurais densamente povoadas, se comparados aos municípios da área Sul.

“O Norte gaúcho, por ter municípios menores e com maior proximidade entre seus núcleos urbanos, evidencia significativos movimentos populacionais e fluxos comerciais diários. Retomando uma lógica já exposta em notas anteriores, fica claro que a concentração de casos segue esta linha de tendência que direciona-se para as áreas com maiores índices de população por quilometro quadrado”, prossegue o texto, publicado nesta segunda-feira (18) no site www.ufpel.br.

Grupos de risco

Para a UFPel, os mapeamentos da pesquisa demonstram que no cenário atual ocorre maior centralização de casos confirmados em regiões com maiores concentrações de grupos de risco – idosos, por exemplo. Também verifica que a expansão da pandemia em determinadas áreas está ocorrendo de forma mais rápida em cidades menores em todo o País.

“No Rio Grande do Sul, o processo de dispersão do vírus atingiu no primeiro momento áreas com maiores índices populacionais e, na conjuntura atual, visualiza-se uma dispersão acelerada para os municípios menores, demostrando que o processo de interiorização leva de quatro a seis semanas”, detalha.

Em áreas interioranas, ocorre uma maior aceleração de casos confirmados pela SES (Secretaria Estadual da Saúde), ultrapassando os números das Regiões Metropolitanas de Porto Alegre e da Serra Gaúcha. “O contágio se dispersou por redes urbanas integradas, atingindo primeiramente a metrópole regional de Porto Alegre, posteriormente as capitais regionais e os centros sub-regionais”, prossegue. “A lógica de disseminação do vírus tente a atingir cada vez mais municípios menores no Rio Grande do Sul.”

Mesmo com densidades demográficas menores, esses locais possuem taxas de urbanização significativas, evidenciando uma característica atual do Rio Grande do Sul, onde aproximadamente 85% da população reside em áreas urbanas, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Saturação

Acompanhando a tendência de crescimento dos casos confirmados em municípios menores, a análise do número de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para pacientes adultos no Rio Grande do Sul demonstra uma centralização de estruturas médico-hospitalares em áreas de maiores contingentes populacionais. Isso evidencia a dependência dos municípios menores no que se refere às estruturas de saúde.

“Os dados demonstram que apenas 50 municípios do Rio Grande do Sul possuem estruturas hospitalares com leitos de UTIs, o que levanta a preocupação com o avanço da Covid-19 no interior do Rio Grande do Sul e a possível saturação dessas estruturas”, alerta a UFPel. “Apenas 15 municípios detêm 77% dos leitos, que se concentram principalmente em Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Canoas e Santa Maria.

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