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Foto: Amo ViraLata.com
Pets

Observatório Estadual de Segurança Pública mostra os números da violência contra os animais no RS

Um dos crimes, que é o abandono de animais, aumenta cerca de 70% no mês de dezembro.

Correio do Povo
por  Correio do Povo
28/12/2021 15:53 – atualizado há 2 anos
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O período de fim de ano pode ser desolador para muitos animais. Nessa época, muitos são abandonados pelos donos, que viajam no período de férias e acabam por soltá-los nas ruas. Um levantamento divulgado pelo Observatório Estadual de Segurança Pública mostrou resultados que expressam crueldade contra bichos, entre elas o abandono, no Rio Grande do Sul.

Conforme o estudo, 2.412 animais foram vítimas de alguma forma de violência em 2019, realidade que aumentou para 3.476 em 2020 e será superada por 2021, que ainda não terminou e já contabilizou 4.199 ocorrências de janeiro a novembro. Esses números começam a subir no último trimestre, a partir de setembro. Para ter uma ideia, só na Capital, os números chegam a 212, 335 e 878 em 2019, 2020 e 2021 (janeiro a novembro).

A presidente da Associação Rio-Grandense de Proteção aos Animais (Arpa), Eliane Tavares, ressaltou que em dezembro a prática do abandono aumenta expressivamente. “Sobe em média 70% em relação aos demais meses do ano”, comparou. O período de férias é um dos motivos que incentiva esse crime previsto na lei federal 9.605/1998, com pena de reclusão (regime fechado) de dois a cinco anos, no que tange à crueldade cometida contra cães e gatos, sendo que a apuração do crime será realizada por meio de inquérito policial. “As pessoas vão para a casa de parentes ou para hotéis e alegam que não têm onde deixar, muitas vezes recorrendo aos abrigos para entregar o animal que um dia serviu de companhia”, enfatizou.

Eliane destacou que gatos e cachorros são abandonados na mesma proporção, ressaltando que essa prática pode parecer menor nos felinos pelas características da espécie. “Ao abandonar um cachorro na rodovia, ele corre atrás do carro por um tempo e depois fica ali pelo local. Já o gato se esconde, o que acaba dando uma invisibilidade no abandono dos felinos”, explicou. 

Aumento de denúncias

A titular da 4ª Delegacia de Polícia de Canoas - cartório de proteção aos animais mais antigo do Estado, funcionando desde 2012 -, delegada Tatiana Barreiras Bastos, reitera que nos últimos 15 dias houve um aumento em torno de 15% de denúncias em relação aos outros meses do ano. “A forma de maus-tratos mais comum neste momento é o abandono”, afirmou. A delegada disse que a maioria das denúncias é de abandono de animais em residências. “Eles ficam sozinhos sem acesso à água e à comida, muitas vezes acorrentados, sem cuidados”, relatou. Os cachorros figuram como as principais vítimas.

Tatiana destacou que essa deve ser uma tendência em outros municípios e que percebeu que a situação é reincidente. “Em 2020, neste mesmo período, houve essa alta de abandono em dezembro, que ficou equilibrado com o que está acontecendo neste ano”, comentou. Nesse período de férias de verão, historicamente, há registros de localização de animais com características de abandono nas rodovias.

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