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Rio Grande do Sul

O pico de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul deve ocorrer no período de junho e julho

Especialistas reiteram que o distanciamento social ainda é “o único instrumento disponível no momento” para tentar conter a pandemia.

Marcelo Campos/O Sul
por  Marcelo Campos/O Sul
05/04/2020 20:18 – atualizado há 3 anos
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Uma projeção atualizada pelo Ministério da Saúde aponta que os próximos meses de junho e julho devem registrar o pico de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul. O principal motivo é a chegada do inverno (20 de junho). Desde a primeira confirmação, no dia 10 de março, já são 468 diagnósticos positivos da doença, incluindo pacientes já curados e sete óbitos.

Os boletins epidemiológicos em nível federal, estadual e municipal mostram que a Covid-19 afeta sobretudo as capitais e demais cidades com maior densidade demográfica, ou seja, áreas onde as aglomerações são mais intensas e frequentes. No caso da Região Sul, esse aspecto é ainda mais preocupante, por causa das baixas temperaturas.

“As aglomerações decorrentes do período mais frio do ano no País exigem maior atenção e mais leitos, bem como estrutura para suporte ventilatório”, ressalta um relatório divulgado na última sexta-feira. “A capacidade laboratorial do Brasil ainda é insuficiente para dar resposta a essa fase da epidemia.”

Especialistas reiteram que o distanciamento social ainda é “o único instrumento disponível no momento” para o tentar conter a pandemia. Por esse motivo, o Ministério da Saúde ressalta que o decreto de calamidade pública decretado pelo governo gaúcho no dia 19 de março deve ser mantido.

Exemplo italiano

Segundo especialistas, atingir o pico de casos de contágio por coronavírus não deve ser sinônimo de reabertura: o isolamento deve continuar por mais tempo, a fim de evitar uma segunda onda de infecções. Um exemplo é a Itália, que há três semanas se tornou o primeiro país a entrar em isolamento por causa da pandemia e que tem hoje 2,8 milhões de pessoas em quarentena – já o número de mortes se aproxima de 16 mil.

A bióloga e doutoranda em epidemiologia Sabrina Simon, de Turim, defende a manutenção da medida até que se pare de registrar novos casos da doença: “Se as pessoas voltarem para a rua antes de a doença ser extinta, o país volta a ter mais pessoas suscetíveis ao vírus e então começa uma nova onda epidêmica”.

Até agora, autoridades de saúde dividem a população em duas categorias: suscetíveis e imunes. Como ainda não há vacina para o novo coronavírus, são considerados imunes, a princípio, os pacientes que já tiveram contato com o vírus. Ao se isolar pessoas que não pegaram a doença, a ideia é que o vírus não encontre mais pacientes vulneráveis e que as infecções parem de ocorrer.

O pico da curva de contágio indica que um número máximo de pacientes suscetíveis já teve contato com o vírus e que, a partir daí, o Sars-CoV-2 encontrará cada vez menos vítimas. A curva em queda, portanto, indica que, mantendo-se o isolamento, as infecções devem desaparecer.

Mas a tendência de queda não significa a retomada imediata de todas as atividades. “O retorno deve ser muito cauteloso para evitar que a epidemia volte nas semanas seguintes”, alerta Sabrina.

As autoridades de Roma têm evitado fazer previsões públicas de quando a curva de contaminação no país chegará ao pico. Na sexta-feira, representantes da Defesa Civil italiana disseram acreditar que a quarentena poderá ser estendida até 1º de maio.

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