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Rio Grande do Sul

Nuvem de gafanhotos segue na Argentina

Expectativa é que os insetos não entrem no Rio Grande do Sul

GZH
por  GZH
26/06/2020 09:07 – atualizado há 3 anos
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A possibilidade de uma nuvem de gafanhotos que provocou prejuízos no Paraguai e na Argentina entrar no Brasil via Região Sul ganhou repercussão nesta semana. Na noite desta quinta-feira (25), Secretaria da Agricultura e Ministério da Agricultura informaram que os insetos não entraram em território brasileiro e que a situação segue sendo monitorada junto aos Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná.

Foto: Senasa

Segundo avaliação do governo federal, com a previsão meteorológica para os próximos dias na região sul do Brasil, é pouco provável que a nuvem avance em território nacional. A previsão do tempo indica a atuação de uma frente fria na região.

A reportagem de GaúchaZH conversou com a pós-doutora, taxonomista e especialista em gafanhotos Kátia Matiotti, que atua na Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), sobre algumas das principais características e hábitos desses insetos.

Estrutura corporal

Os gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata apresentam o corpo de tamanho grande, robusto e com maior parte da coloração em um tom café amarronzado. No corpo do inseto, uma listra longitudinal amarelada ou levemente amarronzada é identificada facilmente.

Foto: Senasa

As tégminas (asas anteriores) desse gafanhoto têm coloração pardo-avermelhada e manchas castanhas irregulares. Ele tem um segundo par de asas, que são transparentes, em geral, indo levemente do rosado ao amarelo-claro.

Os machos medem, em média, cerca de quatro centímetros e as fêmeas, em torno de seis centímetros.

Hábitos

São insetos diurnos e migratórios. A nuvem desses gafanhotos se movimenta durante o dia até o entardecer. Eles são polífagos, ou seja, costumam se alimentar de uma grande variedade de plantas nativas e cultivadas.

Voam cerca de 150 km por dia e não atuam à noite. Costumam pousar em diversos tipos de estrutura e têm o hábito conhecido como gregarismo, em que membros da mesma espécie se agrupam para aumentar a proteção e, consequentemente, a sobrevivência.

Reprodução

Uma fêmea deposita em média entre 80 e 120 ovos. Não tem como precisar de quanto em quanto tempo esse processo ocorre, pois depende da cópula. Os ovos levam, em média, de dois a três meses para eclodir. Apresentam três fases: ovo, ninfa e adulto.

Inimigos naturais

Pássaros, sapos, fungos e bactérias são inimigos naturais dos gafanhotos.

Clima favorável

Esses gafanhotos gostam de estações quentes e secas. Temperaturas mais baixas e umidade costumam afastar os insetos, que alteram a rota migratória em razão dessa mudança desfavorável para a espécie.

Clima quente e seco, desequilíbrio ambiental e a ausência de inimigos naturais criam condições para a formação da nuvem desses gafanhotos. Eles migram em busca de um local onde possam se alimentar e reproduzir.

Oferecem algum risco à saúde humana?

Não oferecem perigo à saúde humana. No entanto, esses gafanhotos são altamente prejudiciais às lavouras e às plantações.

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