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Cidade

Número de pessoas que vivem sozinhas no Brasil sobe 43% em dez anos

Tendência levanta debates sobre solidão, saúde e mudanças climáticas.

O Sul
por  O Sul
23/07/2022 21:14 – atualizado há 1 ano
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Quando a pandemia da Covid-19 se abateu sobre o Brasil, em 2020 e 2021, encontrou 10,785 milhões de brasileiros morando sozinhos, mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi um crescimento de 43,7% na comparação com 2012. Segundo o instituto, essa tendência de domicílios “unipessoais” pode estar relacionada ao envelhecimento da população. Entre os possíveis efeitos dessas mudanças, estão novos estilo de vida, no tamanho dos imóveis, nas relações de consumo e no uso de recursos naturais.

Conforme o estudo Característica Gerais dos Moradores 2021, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e divulgado nesta sexta-feira (22), Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul concentram a maior proporção de pessoas com 60 anos ou mais. São também aqueles com maior proporção de lares com apenas uma pessoa, acima da média nacional – 18,4% do total de domicílios fluminenses e 18,3% entre os gaúchos. A taxa brasileira é de 14,9%.

“O envelhecimento populacional pode contribuir, sim, para o aumento dos domicílios unipessoais”, afirma Gustavo Fontes, analista do IBGE. Ele destaca ainda o “forte predomínio” de mulheres entre os idosos que moram sozinhos.

O crescente número de pessoas que vivem sozinhas também chama a atenção do mercado imobiliário em várias partes do mundo. São Paulo, por exemplo, teve 250 mil lançamentos de apartamentos compactos entre 2014 e 2020, movimento também impulsionado por mudanças nas regras para construções na cidade.

A nova tendência, porém, traz consequências para o meio ambiente. Artigo de pesquisadores da Universidades de Leeds, do Reino Unido, e de Aalborg, da Dinamarca, mostram que ter cada vez mais pessoas morando sozinhas aumenta os desafios de conter o volume de emissões de gases de efeito estufa. Cada casa, por exemplo, tem uma máquina de lavar ou uma geladeira, o que eleva o consumo de energia. No trabalho, publicado no jornal Buildings and Cities, eles apontam o compartilhamento de serviços, a criação de áreas públicas verdes e de lazer e a melhora do transporte coletivo como estratégias para mitigar impactos.

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