Sem surpresas, o COPOM cortou mais 0,50 p.p. a Selic – como havia anunciado que faria. O cenário muito pouco se alterou desde a última reunião: o PIB do II trim/23 confirmou a desaceleração em curso, a inflação continuou bem comportada e o cenário externo manteve-se igualmente desafiador para os emergentes.
O equilíbrio das contas públicas continua sendo nosso principal desafio. Quando o equilíbrio das contas públicas fica explicitamente em segundo plano, as expectativas para inflação aumentam, assim como o custo para ancorá-las. Isso reduz o espaço para cortes saudáveis na Selic, aumentando a chance de os juros estabilizarem em um patamar maior que o inicialmente projetado, com impactos negativos sobre a atividade e a sociedade.