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Cidade

Na Amazônia: falta água e a comida está mais cara

Seca histórica: a Amazônia concentra 20% de toda a água doce do mundo, mas em Rio Branco, no Acre, não há água nas torneiras. Uma caixa com mil litros custa R$ 50.

BBC Brasil
por  BBC Brasil
28/09/2023 19:37 – atualizado há 47 segundos
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Em 2021, uma operação da Defesa Civil do Acre atendia 10 comunidades, mas este ano já são pelo menos 30 – num momento em que o Rio Acre, que abastece a capital do Estado, chegou a bater no nível de 1,44 metro, apenas 19 cm acima da mínima histórica de 1,25 metro, registrada em outubro de 2022.

"Estamos com 40% de perda de produção em culturas como mandioca, banana, café, na piscicultura [criação de peixes] e na bacia leiteira – isso representa 40% de perda na economia do produtor na zona rural", estima o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil em Rio Branco.

"Na zona urbana, há um aumento das doenças respiratórias devido às queimadas e alto risco de desabastecimento de água na capital. Temos nos desdobrado para manter o abastecimento nos bairros onde a água não tem pressão suficiente, mas os caminhões-pipa já estão sendo insuficientes para a demanda – lembrando que, com a seca, o consumo de água aumenta."

Na semana passada, o governo do Acre declarou estado de emergência, citando a superlotação das unidades de saúde devido à má qualidade do ar e altas temperaturas.

"Entre 23 de junho e 4 de agosto, passamos 41 dias sem um pingo de chuva e, agora em setembro, a média histórica é de 91 mm e até agora temos a metade disso", diz Falcão.

Dois fenômenos climáticos simultâneos

Num momento em que a região Sul enfrenta enchentes sem precedentes e as temperaturas em todo o país atingem recordes históricos, a seca na Amazônia este ano é a segunda mais grave em 13 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Os três acontecimentos – chuva em excesso no Sul, temperaturas acima da média na primavera e seca no Norte – têm uma causa em comum: o El Niño, aquecimento das águas do Pacífico.

Mas, este ano, o El Niño ocorre simultaneamente a um aquecimento do Atlântico Tropical Norte.

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