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Agro

Marau registra perdas na agricultura e morte de aves em aviários em função da estiagem

Município calcula perdas de 70% nas lavouras de milho, 20% nas de soja e 30% na produção de leite.

GZH
por  GZH
16/01/2020 10:27 – atualizado há 3 anos
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Instalados há quatro anos, os túneis de ventiladores e nebulizadores no aviário dos irmãos Vilmar e Valcir Pasa, na localidade de Linha 25, no interior de Marau, foram insuficientes para aplacar o calor potencializado pela estiagem. Mais de 450 frangos morreram dentro do galpão na quinta-feira (9) da semana passada, quando os termômetros no município alcançaram 35ºC.

Valcir e Vilmar perderam 450 frangos em decorrência do calor

A mortandade de aves é uma das consequências da alta temperatura em áreas castigadas pela secura que tem arruinado lavouras. Aos Pasa, restou acionar a prefeitura do município para que abrisse uma vala para enterrar os animais que não suportaram o calor.

— Não tinha como socorrer. Eles agonizaram — conta Vilmar.

A cinco quilômetros da propriedade, o avicultor Divanir Benin também passou pela intempérie. No mesmo dia, recolheu de seu galpão 400 frangos abatidos pelo abafamento.

— Morreram de calor — sentencia Benin.

Embora reconheça a mortandade como amostra do calorão, o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, afirma ser usual a perda de frangos em aviários com baixa tecnologia em dias extremamente quentes. A entidade tem recebido relatos de mortes de aves em diferentes regiões do Estado nos últimos dias, mas ainda não tem levantamento consolidado.

— Pelo calor, a ave perde vontade de comer e acaba sem energia para suportá-lo — ilustra Santos.

No município de 36,3 mil habitantes no norte gaúcho, os impactos da estiagem se alastram para além dos aviários. Marau calcula perdas de 70% nas lavouras de milho, 20% nas de soja e 30% na produção de leite. Na quarta-feira (15), os produtores torciam pela chuva anunciada pela meteorologia, que chegou rala e irregular. Até as 18h, somente cinco milímetros haviam caído sobre o centro da cidade. No distrito de Laranjeiras, onde o produtor rural Vagner Sartorelli mantém 40 hectares de milho e soja secos, choveu apenas dois milímetros.

— Não serviu para nada. Meu milho se foi — lamenta Sartorelli.

Desanimado pela carência de água, o agricultor estima prejuízo quase integral no cultivo do grão. Se no ano passado colheu 197 sacos por hectare, em 2020 estima extrair somente 30. Os pés de soja, que deveriam ter ultrapassado 70 centímetros de altura, mal atingem 40 e já largaram suas vagens.

A estiagem ainda impacta o consumo de água em comunidades isoladas da cidade. Há 15 dias, moradores da localidade de Sagrado Coração de Jesus encaram dificuldades no abastecimento em suas casas. A prefeitura prometeu deslocar uma retroescavadeira para aumentar a profundidade do poço artesiano.

Diante do impacto da insuficiência hídrica, a prefeitura concluía na quinta-feira o decreto de situação de emergência para apresentá-lo à Defesa Civil do Estado, engrossando a lista de cidades que pedem socorro devido à ausência de chuva. O número segue aumentando.

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