Terminou em confusão a eleição que conduziria pela primeira vez uma mulher à presidência do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). A candidata Elenir Winck tinha sido declarada vencedora, mas a que alcançou segundo lugar, Gilda Galeazzi, ingressou na Justiça para impedir a posse da vitoriosa e conseguiu uma decisão liminar, que suspende o resultado do pleito. Ainda não está definido se haverá nova votação.
Elenir é de Panambi, Gilda é de Passo Fundo. A eleição ocorreu sábado (11), em Lajeado, durante o 68º Congresso Tradicionalista. O presidente terá mandato de um ano à frente do MTG, entidade que congrega 1.532 CTGs e 630 piquetes em todo o Rio Grande do Sul.
A confusão se formou porque as duas candidatas empataram no escrutínio, com 530 votos cada. Outros cinco votos foram anulados. O critério de desempate previsto daria a vitória à chapa que tivesse o integrante de idade mais elevada.
Inconformada, Gilda recorreu à Justiça. Argumentou que, em seu Artigo 127, o estatuto do MTG prevê que em caso de empate será considerada eleita a chapa que contiver o candidato mais idoso. Seria então Gilda a eleita, já que ela tem 65 anos de idade, enquanto Elenir tem 61. Só que a comissão eleitoral decidiu pela vitória de Elenir porque na nominata tinha um homem de 78 anos, que seria o mais idoso integrante de uma das chapas.
Em despacho dado na manhã de domingo (12), menos de 12 horas após o pleito, a juíza plantonista Carmen Lúcia Constante Barghouti, da comarca de Lajeado, decidiu suspender o resultado da eleição no MTG "...pelo risco de lesão grave ao direito da requerente (Gilda), bem como de lesa ao patrimônio gaúcho".
A magistrada considera claro o parágrafo único do Artigo 127 do estatuto do MTG, "no sentido de que, em caso de empate, será considerada eleita a chapa que tiver o candidato mais idoso...a autora (do pedido de anulação do pleito) é mais idosa que a concorrente".
A juíza concedeu antecipação de tutela para determinar a suspensão do pleito e impedir a posse de Elenir, que seria às 11h da manhã de domingo (12). Ainda não está definido se haverá nova eleição ou posse de Gilda.
Elenir não vai falar a respeito, mas pretende recorrer contra a liminar concedida pela Justiça.