Receba as notícias mais importantes do dia no WhatsApp. Receba de graça as notícias mais importantes do dia no seu WhatsApp.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Divulgação
Economia

Latam entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Afiliadas na Argentina, Brasil e Paraguai não foram incluídas no documento

Agência Brasil
por  Agência Brasil
26/05/2020 11:05 – atualizado há 3 anos
Continua depois da publicidadePublicidade

O Grupo Latam Airlines disse por meio de comunicado ao mercado nesta terça-feira (26) que a companhia e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos recorrerão à proteção contra falência nos EUA.

O Grupo informou que suas afiliadas na Argentina, Brasil e Paraguai não foram incluídas no documento.

"À luz dos efeitos da Covid-19 no setor de aviação mundial, esse processo de reorganização oferece à Latam a oportunidade de trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando, enquanto permite ao grupo transformar seus negócios para essa nova realidade", afirmou a companhia na mensagem.

A empresa deverá requisitar o chamado Capítulo 11 (lei americana que concede prazo às empresas para se reorganizarem financeiramente e que equivale à recuperação judicial no Brasil).

A maior companhia aérea da América Latina afirmou que conseguiu financiamento de acionistas, incluindo as famílias Cueto e Amaro e Qatar Airways, para fornecer até US $ 900 milhões (R$ 4,90 bilhões) em financiamento de devedores em posse.

Ainda de acordo com o comunicado, o grupo possui aproximadamente US$ 1,3 bilhão (R$ 7 bilhões) em mãos.

"A Latam entrou na pandemia da Covid-19 como um grupo de companhias aéreas saudáveis e lucrativas, mas circunstâncias excepcionais levaram a um colapso na demanda global e não apenas trouxeram a aviação para uma paralisação virtual, mas também mudaram o setor no futuro próximo" disse Roberto Alvo, presidente-executivo da Latam, no comunicado.

Ainda de acordo com Alvo, a companhia implementou uma série de medidas para mitigar o impacto da interrupção do setor, mas não foram suficientes e a proteção à falência nos EUA "representa a melhor opção para estabelecer as bases corretas para o futuro do nosso grupo de companhias aéreas".

Impacto no Brasil

A companhia informa ainda que está em discussões com governos do Chile, Brasil, Colômbia e Peru para auxiliar na obtenção de financiamento adicional, proteger empregos e minimizar a interrupção de suas operações.

Embora a empresa admita ainda não ter resposta para perguntas de funcionários, fornecedores e clientes, uma página foi criada para avisos e informações. A Latam ressalta que, incluídas ou não no registro, todas as empresas do grupo continuarão a operar conforme as restrições de viagem e a demanda permitida.

Na semana passada, o grupo Latam Airlines informou que passará em junho dos atuais 5% de média de voos diários no Brasil para 9% de sua capacidade pré-crise, com previsão de atingir 18% em julho. Também em julho, o grupo espera aumentar para 13 o total de destinos internacionais.

Segundo a empresa, a previsão é de crescimento gradual de suas operações nos próximos dois meses. Em junho, serão em média 50 voos diários no país, ante os 35 voos de maio. Como comparação, antes da crise a companhia operava 750 voos diários no país.

A partir de São Paulo, serão operadas as rotas internacionais para Frankfurt, Londres, Madri, Miami e Santiago.

Crise no setor aéreo

Devido à pandemia do novo coronavírus, as empresas aéreas tiveram que interromper suas operações em todo o mundo. No Brasil a malha aérea foi reduzida a cerca de 10% do normal. A Gol, líder no mercado doméstico, reduziu a oferta em 92% e mantém 50 voos ao dia. A Latam, em 95%, e suspendeu os voos internacionais em abril. A Azul manteve 70 voos diários, 90% a menos que o normal.

Há duas semanas, o presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, disse que o pacote de ajuda via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) às três grandes companhias aéreas que atuam no país deve ser de cerca de R$ 4 bilhões.

Sem voar, a empresa perde receita e ainda tem custos para manter o avião em solo. Um arrendamento de aeronave pode custar até US$ 100 milhões (R$ 543 milhões), valor diluído em parcelas mensais ao longo do contrato.

A companhia aérea Avianca Holdings também anunciou no dia 10 de maio que formalizou um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos para "preservar e organizar os negócios". Em comunicado, a empresa citou os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus no setor aéreo.

Nesta segunda-feira (25), a companhia aérea Lufthansa e o governo alemão concordaram com um plano de resgate da empresa de EUR 9 bilhões (R$ 53,3 bilhões). A ajuda fará do Estado o principal acionista do grupo com 20% do capital.

"Antes da nova pandemia de coronavírus, a empresa estava com boa saúde e lucrativa e tinha boas perspectivas para o futuro", disse o governo federal alemão em comunicado anunciando a mistura de investimentos e empréstimos estatais.

Em avaliação feita no fim de março, a Iata (associação internacional do setor) disse que as companhias no mundo todo precisam de uma injeção imediata de recursos de US$ 200 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) para que não haja uma onda de falências.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE