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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Economia

Juros altos tiram a competitividade da poupança, e brasileiros sacam dinheiro para pagar dívidas

A perda de competitividade perante outras aplicações explica parte dos saques.

O Sul
por  O Sul
27/03/2023 19:36 – atualizado há 3 meses
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Os saques líquidos da poupança vêm registrando recordes no Brasil. O mais recente deles ocorreu em fevereiro, quando as saídas de recursos da caderneta totalizaram R$ 11,5 bilhões, o maior valor para o mês da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.

As retiradas também foram recordes em 2022, quando os resgates somaram R$ 103,2 bilhões. Segundo especialistas, a taxa de juros elevada, o endividamento da população e a sazonalidade explicam o volume resgatado.

“Hoje, a poupança não remunera bem. Nesse contexto, vemos títulos públicos, fundos e outros que rendem mais próximos da Selic. O amadurecimento de parte do público tem feito com que as pessoas não queiram deixar o dinheiro nessa se existe uma alternativa melhor”, disse a economista do Insper Juliana Inhasz.

O rendimento da poupança está atrelado à taxa de juros e funciona da seguinte forma: se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da modalidade será de 0,5% ao mês, mais a variação da TR (taxa de referência). Se a taxa estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.

Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano, maior nível desde 2016. No início de 2022, a Selic era de 9,15% ao ano.

A perda de competitividade perante outras aplicações, segundo especialistas, pode explicar parte dos saques. Outra explicação está na inadimplência. Os dados mostram que o número de brasileiros endividados cresceu e muitos utilizam o dinheiro poupado para colocar contas em dia.

Dados da Serasa Experian apontam que, em cinco anos, o número de brasileiros inadimplentes passou de 59,3 milhões, em janeiro de 2018, para 70,1 milhões, em janeiro de 2023, um recorde na série histórica.

O valor das dívidas também cresceu. Em média, cada inadimplente deve R$ 4.612,30. Em janeiro de 2018, o valor era de R$ 3.926,40. Houve um crescimento de 19% no período.

Também há uma questão de sazonalidade. No início do ano, segundo os economistas, muitos brasileiros recorrem ao dinheiro poupado para auxiliar no pagamento de impostos e reajustes escolares.

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