A planta frigorífica da JBS, em Passo Fundo, volta a funcionar nesta quarta-feira, depois de a empresa ter conseguido, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), o efeito suspensivo da interdição imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A unidade estava fechada desde o dia 24 de abril em razão da contaminação de trabalhadores por coronavírus. Hoje, desde às 6h, uma equipe de 15 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, faz a triagem dos 2.650 funcionários para o retorno. Segundo a assessoria da JBS, os trabalhadores estão sendo transportados até a planta ocupando a metade da capacidade de um ônibus de 40 lugares. Além disso, passam por exame clínico e vacinação.
De acordo com a assessoria da JBS, os trabalhadores foram divididos em grupos e têm de responder a um rigoroso questionário informando suas condições de saúde e eventual contato com contaminados pelo Covid-19. Aqueles que tiverem qualquer sintoma gripal ou que relatem contato com doentes serão reprovados na triagem e continuarão afastados. Toda a planta da indústria em Passo Fundo foi readequada às exigências da Justiça Trabalhista, com a marcação de distâncias de convivência em áreas externas e de refeitório. Para as equipes que iniciam nesta quarta-feira nas operações do frigorífico estarão disponíveis EPIs como máscaras, luvas e face shield, bem como suprimento permanente de álcool em gel.
No restante do Estado, de acordo com a procuradora do Ministério Público do Trabalho Priscila Dibi Schvarcz, a BRF e a Minuano, de Lajeado, seguem operando com 50% dos funcionários, e a Nicolini, de Garibaldi, com 25%. A promotora informa que foi firmado nesta quarta-feira Termo de Ajuste de Controle (TAC) abrangendo os frigoríficos Dália de Encantado e de Arroio do Meio, de abates de suínos e aves, respectivamente. Na planta de Arroio do Meio, dos 340 funcionários da indústria, quatro foram confirmados com Covid-19. Em Encantado, 16 dos 1.203 empregados testaram positivo para a doença.
Priscila explica que o TAC firmado com as unidades do grupo Dália introduziu melhora nos procedimentos de vigilância ativa durante a pandemia, incluindo ainda a obrigação de rastrear o trabalhador do setor produtivo ao transporte; a realização de triagem periódica de saúde a cada sete dias; e a disponibilização de testes moleculares ou sorológicos aos empregados que forem enquadrados como casos suspeitos ou prováveis de doença pelo novo coronavírus.