POLÍCIA FEDERAL
Investigação do Banco Master chega ao STF após envolver autoridade com foro especial
Diretor da PF afirma que apurações não sofreram prejuízo e nega interferência política no caso
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira (15) que a investigação sobre supostas fraudes envolvendo o Banco Master alcançou uma autoridade com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do indício, os investigadores suspenderam temporariamente as apurações e encaminharam o caso à Corte, conforme prevê a legislação. O ministro Dias Toffoli determinou que o inquérito passe a tramitar no STF.
Segundo Rodrigues, a medida foi adotada para evitar nulidades no processo. “A qualquer indício de investigado com prerrogativa de foro, suspendemos as investigações e enviamos ao foro competente. Neste caso, houve um achado que pode indicar a prerrogativa de foro”, afirmou. O diretor ressaltou que a interrupção foi breve e não comprometeu o andamento do trabalho policial.
O chefe da PF não revelou quem é a autoridade citada, mas o caso ganhou novos contornos após a divulgação de que investigadores apreenderam, em um endereço ligado ao dono do banco, Daniel Vorcaro, um envelope com o nome do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), contendo documentos sobre um negócio imobiliário. Bacelar afirma que atuou apenas na constituição de um fundo para um empreendimento em Trancoso, no sul da Bahia.
A investigação também gerou repercussões no Judiciário. Na última sexta-feira (12), o ministro Dias Toffoli impediu que a CPI do INSS tivesse acesso à quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático de Vorcaro. Outro ministro citado no caso é Alexandre de Moraes, após a divulgação de um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o Banco Master e um escritório de advocacia que representa interesses da família do magistrado.
Durante conversa com jornalistas, Andrei Rodrigues negou qualquer interferência política nas investigações da Polícia Federal. Ele afirmou manter diálogo institucional com o Congresso e o Executivo, mas garantiu que a atuação da PF é independente. “Estamos trabalhando com seriedade e responsabilidade, o que nos permite seguir com firmeza, de maneira inabalável, a pressões políticas de quem quer que seja”, declarou.