Mesmo após o uso da vacina contra o coronavírus, a máscaracontinuará sendo necessária. Isso porque o imunizante vai evitarque a pessoa contraia a doença, mas não se sabe ainda se serácapaz de impedir que ela continue transmitindo o vírus, explicou oinfectologista Renato Kfouri, primeiro-secretário da SociedadeBrasileira de Imunizações (SBIm).
"Ainda não se sabe se as vacinas serão capazes de prevenirda doença e também da infecção. Um pessoa pode entrar em contatocom o vírus, se infectar e não adoecer. Se essas vacinas nãoconseguirem evitar a infecção, evitar só a doença, essesindivíduos, por mais que não fiquem doentes, podem continuar sendotransmissores para outras pessoas, mesmo protegidos", afirmou.
Ele ressaltou a importância do uso do acessório também porqueas vacinas que estão sendo desenvolvidas contra a doença apresentameficácias variáveis, que vão de 60% a 95%. Além disso, existe apossibilidade de falhas vacinais.
"Primeiramente, o uso da máscara continuará sendo umaquestão de viver em coletividade e, segundo, porque, mesmo vacinado,é possível que haja falha vacinal e a pessoa acaba adoecendo ao seexpor ao vírus", disse. As falhas vacinais atingem uma minoriae ocorrem devido a características individuais, segundo o médico,como idade e condições de saúde.
Kfouri lembra que a maioria das vacinas contra a Covid-19 sãoadministradas em duas doses, sendo preciso atenção no períodoentre elas. "Uma dose só não é garantia de proteção",frisou.
Reino Unido, Estados Unidos, Rússia, Canadá e Arábia Sauditaanunciaram que já começaram a vacinação em massa contra acovid-19. No Brasil, a previsão da imunização nacional, até omomento, é no início de 2021, segundo o Ministério da Saúde.