Em reunião na sede da Secretaria da Educação (Seduc) nesta quarta-feira (8) na capital, o governo apresentou a representantes do Cpers-Sindicato uma proposta para que o Magistério recupere as aulas perdidas pela paralisação de professores e finalize a greve iniciada pela categoria em novembro.
O governo, sensível à condição de professores que ficaram sem receber salário em janeiro, está oferecendo o pagamento em folha suplementar e, além disso, com o fim da greve, evitar que fiquem mais um mês sem receber qualquer remuneração.
Conforme explicou o secretário da Educação, Faisal Karam, o Estado está propondo uma “trégua” no impasse. “Ambos os lados concordam em priorizar os alunos, por isso a urgência está em recuperar as aulas perdidas e finalizar o ano letivo 2019”, disse o titular da Educação.
A proposta do governo é de pagar o salário da categoria relativo aos dias paralisados de forma integral em folha suplementar a ser rodada em até cinco dias úteis partir da adesão da categoria ao acordo.
O desconto proporcional pelos dias paralisados seria feito de forma parcelada ao longo de seis meses. Quando forem retomadas as aulas para a recuperação dos 25 dias de aulas perdidos em 2019, o Estado propõe uma nova rodada de negociação para discutir o desconto.
“Na base da confiança, estamos estabelecendo uma trégua ao impasse, priorizando os estudantes e toda comunidade escolar”, sintetizou o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, que participou do encontro junto com o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, e integrantes da Seduc.
O Cpers fez questionamentos à proposta e respondeu que irá levá-la para avaliação dos grevistas em assembleia geral, para então dar a posição oficial da categoria.
O secretário da Educação explicou que o método de negociação foi adotado com outras categorias em greve. Faisal Karam apontou que a proposta tem como objetivo garantir a retomada das aulas. “É uma forma da gente, após a conclusão do ano letivo dos alunos, de nós podermos vir a sentar com o sindicato e discutir a recuperação referente aos dias descontados”, sustentou.
Segundo a presidente do sindicato, Helenir Schürer, a oferta do governo não é satisfatória. “Não é a proposta que a categoria nos autorizou a aceitar; para isso, nós vamos chamar uma nova assembleia”, afirmou.
Com a resposta do governo, o CPERS colocou em xeque o início do ano letivo de 2020. Helenir Schürer acredita que, com o desconto, os professores podem articular uma nova greve. “É muito difícil… A categoria, eu tenho certeza, dificilmente aceitará um desconto”, observou a presidente do sindicato.
O secretário da Educação, por outro lado, prevê o reinício das aulas a partir de 19 de fevereiro nas escolas que encerraram o ano letivo dentro do prazo. As demais escolas, segundo Faisal Karam, vão voltar a funcionar após as férias dos professores. “Essas, provavelmente, comecem com 12 e 15 de atraso em relação à data de 19 de fevereiro”, concluiu.