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Economia

Governo anuncia R$ 40 bi em crédito para empresas pagarem salários

O programa irá contemplar empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões; estes empregadores não poderão demitir os funcionários durante dois meses.

GZH
por  GZH
27/03/2020 13:42 – atualizado há 3 anos
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Pressionado a adotar medidas econômicas para enfrentar a crise do coronavírus, o governo federal anunciou, na manhã desta sexta-feira (27), o financiamento pelo período de dois meses da folha de pagamento de pequenas e médias empresas.

O programa irá contemplar empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. A linha de crédito emergencial custará R$ 20 bilhões por mês e, como contrapartida, os empregadores não poderão demitir os funcionários durante dois meses.

Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a proposta irá beneficiar 1,4 milhões de empresas e 2,2 milhões de pessoas. O programa é limitado a dois salários mínimos. Se o trabalhador ganhar mais do que isso, a empresa poderá complementar o valor.

– Não faria sentido um programa de folha de pagamento no qual o funcionário não existe mai – disse Campos Neto.

A taxa de juros será de 3,75%, com seis meses de carência e 36 meses para pagamento. O pagamento será depositado diretamente na conta do trabalhador, sem passar pela empresa. Essa, por sua vez, ficará apenas com a dívida. De acordo com o presidente do Banco Central, a implementação do projeto está prevista "para as próximas semanas".

A Caixa Econômica Federal também informou que irá reduzir os juros rotativos do cartão de crédito e aumentou prazos para pagamentos. Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, todas as linhas de crédito do banco estão sendo reduzidas.

– Se as pessoas não tiverem crédito mais barato, não vai adiantar – afirmou Guimarães.

O cheque especial foi reduzido a 2,9% ao mês. Também o rotativo do cartão de crédito foi de 7,7% para 2,9% ao mês. Para Guimarães, "a população terá mais dinheiro sobrando para pagar suas contas".

Ainda foi anunciado crédito de R$ 5 bilhões às Santas Casas do país, também pela Caixa, com redução da taxa de 20% para 10% ao ano. Além disso, o presidente da Caixa disse que o pedido de prorrogação de todas as linhas de crédito imobiliário foi ampliado para três meses, podendo chegar a seis meses se a crise se agravar.

O presidente da Caixa também comunicou que o banco irá operar o pagamento do auxílio de R$ 600 por adulto de baixa renda aprovado pela Câmara dos Deputados na quinta-feira (26). A ajuda, contudo, ainda precisa ser validada pelo Senado e de um decreto presidencial. Por isso, ainda não está disponível à população.

O anúncio do programa ocorreu em evento comandado por Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Após o comunicado, o presidente deixou a cerimônia, sem atender às perguntas dos jornalistas. Coube a Campos Neto, a Guimarães e ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, tirar as dúvidas sobre as medidas.

– Entre as medidas já anunciadas pelo governo, de modo que possamos atender às possíveis vítimas do coronavírus, também há uma preocupação em manter os empregos. A gente costuma falar em uma segunda onda. Devemos, ao máximo possível, diminuir a altura dessas duas ondas, e elas caminham simultaneamente – disse Bolsonaro, no início da cerimônia.

No pacote, também foi incluída uma linha emergencial de crédito de R$ 2 bilhões para empresas da área da saúde. Montezano afirmou que cerca de 30 empresas já estão mapeadas para serem beneficiadas pela proposta. Seguindo uma medida adotada pelo Banco Central americano, o FED, a autoridade monetária ainda comprará dívidas diretamente das empresas. Para isso, uma proposta de emenda constitucional (PEC) será enviada ao Congresso. Os detalhes da operação não foram informados.

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