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Agro

Furto de gado aumenta em Santa Catarina e preocupa pecuaristas

Crime conhecido como abigeato causa prejuízos milionários aos produtores no interior do Estado.

MB Comunicaçao
por  MB Comunicaçao
05/03/2021 13:52 – atualizado há 2 anos
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O aumento no número de ocorrências de abigeato – furto de gado – está preocupando os produtores rurais catarinenses. O crime foi reportado pelos presidentes dos Sindicatos à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), que solicitou a atenção do Governo do Estado para coibir a ação dos criminosos.

Em fevereiro, dois furtos causaram prejuízos milionários a pecuaristas do Planalto Serrano. Duas fazendas de Santa Cecília tiveram 85 animais roubados das propriedades, causando perdas de R$ 620 mil. Na primeira ação, os criminosos lotaram dois caminhões e levaram 50 novilhas de raça, estimadas em meio milhão de reais. Na outra, do mesmo modo, 35 cabeças de gado foram furtadas, 23 bois e 12 vacas, cujo valor alcançou R$ 120 mil. Neste caso, porém, a Polícia Civil de Santa Cecília conseguiu recuperar todos os animais no município vizinho de Papanduva e devolvê-los ao produtor.

Na última semana o pecuarista de Cerro Negro, também na serra, Mário Kauling, foi mais uma vítima. Ele foi furtado duas vezes: uma carga com quatro novilhas e outra com nove. Na segunda ação, a Polícia conseguiu recuperar os animais e reduziu o prejuízo do produtor. Mesmo assim, Kauling perdeu R$ 10 mil do seu rebanho e precisou investir outros R$ 500 para transportar o gado de volta para a fazenda.

“A gente percebe que se trata de uma organização criminosa bem articulada. Eles agem quase sempre na madrugada e levam grande quantidade, provavelmente para revenda. O nosso sentimento é de tristeza, vulnerabilidade e medo”, afirma o produtor. Kauling conta que o crime de abigeato é constante e nem sempre se trata de furto dos animais vivos. “Há muitos outros casos em que encontramos apenas a carcaça do gado. Nestas situações são furtos menores, mas que também causam grandes prejuízos”, acrescenta.

FAESC SOLICITA APOIO

O vice-presidente de finanças da FAESC, Antônio Marcos Pagani de Souza, alega que o alto preço da carne bovina tem despertado a atenção dos criminosos nos últimos meses em todo o País e precisa de fiscalização maior nas fazendas. Ele orienta os produtores a observarem a circulação de pessoas ou de veículos estranhos nas comunidades e acionarem a Polícia em qualquer caso suspeito.

“Já há uma parceria entre as forças de segurança, a Cidasc e os Sindicatos Rurais no Estado, como as Polícias Ambiental, Militar e Civil. Porém, não há como fiscalizar em tempo integral, por isso é importante que os produtores monitorem suas propriedades e avisem os policiais em qualquer suspeita”, alerta Pagani.

Em reunião virtual com o secretário da Agricultura do Estado, Altair Silva, o presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, solicitou o apoio do Governo para reprimir a ação dos criminosos. “O abigeato é um crime que sempre nos preocupa, não só pelos altos prejuízos, mas por colocar a segurança e a produtividade dos nossos pecuaristas em risco. Nos colocamos à disposição para debatermos em conjunto uma forma de impedirmos esses furtos e protegermos melhor os produtores”, ressalta o dirigente.

PARCERIAS MELHORAM FISCALIZAÇÃO

Duas experiências têm ajudado os produtores e a Polícia a reduzirem a criminalidade no meio rural. Uma delas é em Lages, onde o Sindicato Rural e as cooperativas do setor têm convênio com a Polícia Militar para rondas no campo, por meio do projeto Patrulha Rural. Com repasse mensal de R$ 1.500, o Sindicato ajuda a bancar os custos de duas viaturas exclusivas para monitorar o setor. Os recursos também asseguram alimentação aos policiais que não precisam retornar à cidade para almoço.

“É uma rede de segurança. Os policiais identificam as propriedades, todos os empregados e veículos que circulam, além de cadastrar informações estruturais e recomendar medidas para melhorar a proteção. Todas são certificadas e monitoradas via GPS, o que facilita a ação dos agentes”, explica o presidente do Sindicato Rural de Lages, Márcio Pamplona. Ele destaca que as viaturas são adequadas para uso no interior – caminhonetes com tração nas quatro rodas.

Placa de identificação do programa GPS Rural em Chapecó para monitoramento das propriedades (Arquivo/PMC).

Outro modelo bem-sucedido é executado em Chapecó, no oeste. Chamado de GPS Rural, o programa certificou mais de 500 propriedades para monitoramento via GPS. Todas têm placas de identificação que facilitam o acesso e o atendimento da Polícia Militar, Bombeiros, Samu e SAER. O programa é fruto de uma parceria entre Prefeitura, Sociedade Amigos de Chapecó (SACH), forças da segurança, Sindicato Rural de Chapecó e Região, além das agroindústrias.

“O Sindicato participou da criação do projeto GPS Rural e doou tablets para uso nas viaturas da polícia. O programa, sem dúvidas, ajuda no combate ao abigeato, é mais uma ferramenta para coibir a prática”, ressalta o vice-presidente regional da FAESC, Ricardo Lunardi, ao informar que o sistema precisa ser permanentemente checado para que haja convergência nas informações.

Para o presidente da FAESC, os modelos implantados em Lages e em Chapecó precisam ser ampliados no Estado. “Com certeza a parceria entre Sindicatos, empresas do setor e forças da segurança faz toda a diferença no combate à criminalidade no campo. A Federação incentiva a expansão deste programa”, sublinha Pedrozo.

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