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Saúde

Estudo derruba de vez possibilidade de ivermectina como tratamento de Covid-19

Pesquisa foi publicada na mais importante revista científica de infectologia, a Clinical Infectious Diseases, da Oxford University Press.

Rádio Guaiba
por  Rádio Guaiba
30/06/2021 16:04 – atualizado há 2 anos
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Um estudo publicado nesta semana na mais importante revista científica de infectologia, a Clinical Infectious Diseases, da Oxford University Press, conclui, por meio do mais alto nível de evidência, que o antiparasitário ivermectina não funciona no tratamento da Covid-19. Os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática de estudos já publicados utilizando uma ferramenta de meta-análise.

Eles escolheram ensaios clínicos randomizados (RCTs) publicados e pré-impressos avaliando os efeitos da IVM [ivermectina] em pacientes adultos com Covid-19 e que foram pesquisados ​​até 22 de março de 2021. O grupo definiu desfechos primários para avaliar a eficácia da droga. São eles: tempo de internação e eventos adversos, além de eliminação viral e eventos adversos graves como desfechos secundários.

Divulgação

Ao final, os autores concluíram que “em comparação com tratamento padrão ou placebo, a ivermectina não reduziu todas as causas de mortalidade, tempo de internação ou depuração viral em estudos controlados por placebo em pacientes com covid-19, principalmente com doença leve”. E acrescenta: “ivermectina não é uma opção viável para tratar pacientes com covid-19”.

O médico infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu Alexandre Naime Barbosa diz que o estudo deixa claro o que já se sabia: “Usar ou não usar a ivermectina não muda a história natural da doença, não previne casos graves”.

“Mesmo se você fizer uso inicial, naquela estratégia que, infelizmente, alguns grupos pseudocientíficos colocam como tratamento precoce. Portanto, a ivermectina não deve ser usada no tratamento da covid porque não apresenta benefícios”, observa.

Cabe destacar que a ivermectina é um medicamento que pode causar lesões permanentes no fígado. Há relatos no Brasil de pessoas que fizeram uso da droga na esperança de se proteger da Covid-19 e precisaram entrar na fila de transplante hepático. Naime Barbosa acrescenta que este tipo de estudo, “chancelado pelo controle de qualidade da Oxford”, “são o topo da medicina baseada em evidência”.

“Uma nota importante é que os estudos feitos até agora foram de baixa qualidade, isto está escrito na meta-análise. Por isso, eles já vão começar um ensaio clínico maior para colocar uma pedra de vez neste assunto, uma pá de cal. Mas até agora, com o que a gente tem de dados, é essa conclusão”, finaliza o médico.

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