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Educação

Ensino médio tem 25% menos matrículas nas escolas privadas do RS

Instituições da rede privada gaúcha estão perdendo alunos ao longo da década e só vislumbram retomada a partir de 2021.

GZH
por  GZH
05/01/2020 21:18 – atualizado há 3 anos
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Um conjunto de fatores pode ter levado à queda de 25,85% no número de alunos matriculados no Ensino Médio nas escolas privadas do Rio Grande do Sul, comparando 2014 e 2018, a partir da análise do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), com base nos dados do Censo Escolar, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2014, foram realizadas 44.872 matrículas no Ensino Médio privado no Estado. Em 2018, este número caiu para 33.271 matrículas.

No mesmo período, a perda da rede privada em todo o Brasil foi de 27% dos alunos de Ensino Médio, o que correspondente a 351 mil estudantes a menos — RS, portanto, embora tenha queda importante, fica abaixo da média nacional. Entre as questões apontadas por quem atua na área estão o Programa Universidade para Todos (Prouni), a implantação de mais um ano no Ensino Fundamental e a crise econômica que se agravou no país a partir de 2015.

Para o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, os últimos anos foram atingidos pela estreia do nono ano do Ensino Fundamental em 2016, que abriu uma lacuna nas séries posteriores. Com isso, cerca de 70% das escolas privadas do Estado ficaram sem ter o primeiro ano no Ensino Médio naquele ano, o segundo ano em 2017 e o terceiro ano em 2018. Conforme o Censo Escolar, só entre 2015 e 2016, exatamente no período da mudança, houve uma queda de 21% nas matrículas na rede privada — de 44.568, em 2015, para 35.230, em 2016.

— Este hiato impactou diretamente no número de matrículas. Mas em todas as redes de ensino houve tendência de queda no total de matrículas. Outras possíveis explicações para este fenômeno são o menor número de crianças em idade escolar e a procura por escolas mais baratas ou gratuitas, mas com boa qualidade de ensino (militares, escolas vinculadas ao Sistema S e instituições federais são as principais alternativas) — justifica.

Para o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Batista Pereira, a crise financeira no Brasil, o Prouni, que oferece bolsas em faculdades privadas, e a ampliação dos institutos federais influenciaram na queda nas matrículas.

— O Prouni exige que somente estudantes com Ensino Médio realizado na rede pública tenham direito a bolsas em faculdades privadas. Não considero esta lei correta. Outro fator foi a ampliação dos institutos federais, onde o estudante encontra boa qualidade de ensino sem precisar pagar por ela. E ainda tivemos uma crise financeira profunda no país, que deixou muito pai sem condições de continuar com o filho numa instituição privada. Numa família, a escola é a última a entrar na crise e é a última a sair dela — ressalta.

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