Uma pesquisa realizada pelo Sebrae/SC, Fiesc e Fecomércio aponta que a crise do coronavírus já resultou em 98.711 demissões na região Norte de Santa Catarina. A perda de faturamento da região chega a R$3,32 bilhões e é a maior entre todas as regiões do Estado. Dos entrevistados para a pesquisa, 43,3% afirmaram ter demitido desde o início da pandemia do novo coronavírus na região Norte.
Esta é a terceira edição da pesquisa que foi divulgada na última terça-feira (12). O estudo apresenta o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia do Estado. De acordo com a sondagem, que analisou o universo dos pequenos negócios e das médias e grandes empresas, cerca de 530 mil pessoas já perderam seus empregos desde o início da crise provocada pela pandemia da Covid-19 em Santa Catarina. Para a pesquisa, foram ouvidos 2.547 empresários, de todas as regiões de SC, entre os dias 4 e 6 de maio. A margem de erro é de 1.9 ponto percentual para mais ou para menos.
De acordo com a pesquisa, 86,7% das empresas do Estado já estão em atividade após as medidas de relaxamento da quarentena anunciadas pelo governo. Porém, 41,7% estão com redução na produção, 22% com mudança no funcionamento, 12,4% ainda aguardam liberação, e 0,9% fecharam as portas e não voltam a funcionar.
- Atualmente, 114 mil empresas estão inoperantes em Santa Catarina. Os microempreendedores individuais são os mais afetados, já que 28,7% deles seguem com as atividades suspensas ou fecharam as portas. A retomada das atividades é um destaque positivo desta edição da pesquisa, mas ainda são muitos os negócios fechados que estão somando prejuízos. Além do que, seis a cada dez negócios que voltaram a operar estão com produção reduzida - destaca o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.
Os setores de comércio e os serviços foram fortemente impactados com a suspensão total ou parcial das atividades. Com a política de distanciamento e isolamento social, 20% das empresas do setor de serviços estão temporariamente fechadas e 1,2% não devem mais abrir as portas. Já no comércio, 92% dos estabelecimentos estão mantendo algum nível de atividade. Os dados são estaduais.
- Os empresários estão buscando soluções para garantir a sobrevivência dos negócios, que mantém os empregos e a renda das famílias em Santa Catarina. Ainda assim, 35,1% das empresas reduziram o quadro de funcionários. A queda no volume de vendas chegou a 73,6% no serviços e 65,2% no comércio. O cenário pela frente é ainda incerto. A pesquisa aponta que 70% das empresas devem levar de seis meses a dois anos para se recuperar - avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Em relação às demissões, 41,4% dos entrevistados afirmam ter demitido desde o início da crise. Na última medição, feita em abril, o percentual era de 34,45%. Com isso, estima-se que mais de 530 mil pessoas já perderam os seus empregos em Santa Catarina.
- Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento e com as medidas adotadas pelos governos para auxiliar as empresas, muitas seguem sem alternativa. Somente nos últimos 19 dias cerca de 124 mil catarinenses perderam seus empregos, 30,6% a mais do que a última pesquisa realizada em abril - analisa o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro.