Emater/RS-Ascar apresenta experiência pioneira de certificação da erva-mate na COP30
A experiência da Emater/RS-Ascar na certificação da erva-mate foi um dos temas abordados no painel “Erva-mate e o Futuro Verde: Descarbonização, Florestas e Comunidade”, realizado no último domingo (16).
A experiência da Emater/RS-Ascar na certificação da erva-mate foi um dos temas abordados no painel “Erva-mate e o Futuro Verde: Descarbonização, Florestas e Comunidade”, realizado no último domingo (16/11), em Belém do Pará, como parte da programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), evento que segue até sexta-feira (21/11).
O gerente de classificação e certificação da Emater/RS-Ascar, Mateus Rocha, explicou como funciona o selo de certificação da erva-mate emitido pela Entidade. Atualmente, seis ervateiras são certificadas. “A gente faz o acompanhamento de todo o processo, desde a lavoura até a gôndola, através de auditorias, repassando orientações para as adaptações devidas”, afirma Rocha.
A Emater/RS-Ascar atua na assistência técnica para produção e também na certificação da erva-mate, em um processo integrado ao Projeto ABC+ da Instituição, que inicia no campo e finaliza na indústria, atenta a crescente demanda por rastreabilidade e transparência nos mercados sustentáveis.

CONHEÇA O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO DA ERVA-MATE
A certificação da erva-mate funciona como uma referência para o mercado e para os consumidores de que o produto segue um sistema de produção adequado e alinhado a normas específicas da legislação brasileira. Esse processo é formalizado por meio da emissão de um certificado, documento que atesta a conformidade do produto a requisitos técnicos e padrões de qualidade.
Entre as principais vantagens de um sistema de certificação estão o aumento da confiança dos clientes, a melhoria da imagem da empresa, o acesso a novos mercados e a diferenciação em relação aos concorrentes. A certificação também contribui para a melhoria contínua do processo de produção e para a motivação das equipes na busca da qualidade.
No caso da erva-mate, a Emater/RS-Ascar desenvolveu a primeira certificação de qualidade do país, normatizada pelo Manual de Requisitos para a Certificação da Qualidade. O sistema compreende cerca de 150 itens auditados, que verificam desde a adoção de Boas Práticas Agrícolas e de Fabricação até o cumprimento de normas sanitárias e legislações vigentes. As auditorias anuais abrangem todas as etapas da produção, desde a colheita e transporte da matéria-prima até o beneficiamento e empacotamento, além da coleta de amostras para análises físico-químicas e microbiológicas, que investigam resíduos de produtos químicos, matérias estranhas, agentes físicos e biológicos e a presença ou não de açúcar.
As indústrias que atendem a todos os requisitos recebem o certificado de qualidade e podem estampar em suas embalagens o Selo de Qualidade da Emater/RS-Ascar, identificado pela expressão “Qualidade–Emater/RS–Certificada”. Isso permite ao consumidor reconhecer facilmente as marcas certificadas e ter a garantia de um produto com padrões superiores de qualidade e segurança. O processo traz benefícios tanto para os consumidores, que recebem um produto confiável, quanto para as empresas, que aprimoram seus processos produtivos e ampliam sua competitividade no mercado.
“A certificação da erva-mate realizada pela Emater garante que o produto segue critérios de qualidade, origem, boas práticas agrícolas e de conservação ambiental. Ela cria uma linguagem única entre produtores, indústrias e consumidores, permitindo que mercados mais exigentes identifiquem produtos sustentáveis, confiáveis e alinhados às agendas climáticas globais”, observa Rocha.
OUTROS TEMAS ABORDADOS NO PAINEL
Pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi) apresentaram estudos sobre o potencial da erva-mate para descarbonização e aumento do carbono no solo. O engenheiro florestal Jackson Brilhante (DDPA/Seapi) destacou os resultados das pesquisas, que apontam o sistema sombreado utilizado na produção de erva-mate como o que mais se aproxima da mata nativa e, portanto,com maior capacidade de adaptação às mudanças climáticas; enquanto o meteorologista Flávio Varone (Seapi) falou sobre os dados das estações meteorológicas, que demonstram as vantagens do sistema sombreado para o desenvolvimento da planta, comparando com as que estão no sistema pleno sol.
A programação também contou com a diretora de Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado (Sema), Cátia Viviane Gonçalves, que apresentou o Selo de Manejo Certificado, um instrumento de reconhecimento e valorização das práticas sustentáveis desenvolvidas no Rio Grande do Sul; a pesquisadora Josileia Zanatta, da Embrapa Florestas do Paraná, com informações sobre o potencial da erva-mate para o desenvolvimento de novos produtos para a indústria farmacêutica, alimentação e cosméticos, além de e pesquisas desenvolvidas pela empresa no setor; e o diretor de país da Fundação Solidaridad, Rodrigo Castro, que ressaltou os benefícios ambientais e produtivos da cultura. A presidente da Associação de Produtores e Parceiros da Erva-Mate do Alto Taquari (Appemat), Ariane Maia, compartilhou o processo conduzido pela Associação para entrar com o pedido de uma Indicação Geográfica (IG) da Erva-Mate do Alto Taquari, trabalho que conta com estudos do DDPA/Seapi.