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Segurança

Detentas têm redução de pena com leitura de livros em Florianópolis

Espécie de clube de leitura, chamada de projeto Caixa Postal, foi idealizada por cinco mulheres fora do cárcere.

Oeste Mais
por  Oeste Mais
23/09/2021 14:25 – atualizado há 2 anos
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Um projeto de leitura no Presídio Feminino de Florianópolis busca dar às detentas uma oportunidade de reflexão e uma chance para a redução das penas. As presas leem livros com protagonistas mulheres e escrevem resenhas.

A espécie de clube de leitura, chamada de projeto Caixa Postal, foi idealizada por cinco mulheres fora do cárcere: uma professora, duas psicanalistas, uma psiquiatra e uma designer. Lendo, o tempo passa para as detentas. O tempo do relógio e o da sentença.

O incentivo para quem está dentro dos muros é a possibilidade de redução na pena. A cada livro lido e resenhado, são quatro dias a menos de pena.

"Ajuda um monte. A repensar por eu estar aqui também, coisas que eu não queria. Coisas que acontecem na vida e aconteceram. E eu vou refletindo. E tem nos livros também. Fala da vida da personagem e eu vou refletindo comigo", disse uma das presas que participa do projeto.

Detenta do Presídio de Florianópolis lendo livro( Foto: NSC TV)

No presídio, todo mês chega uma caixa cheia de livros, e volta uma caixa cheia de cartas. São as impressões, reflexões e interpretações de cada uma delas sobre aquela leitura. A proposta é uma troca de ideias entre mulheres dentro e fora dos muros da prisão.

"Nós queremos saber como elas leem, o que elas entendem daquilo, como aquilo de alguma maneira se identifica ou não com as experiências de vida que elas têm. Foi algo assim muito emocionante de ver essa possibilidade de escuta que estamos mutuamente fazendo", afirmou Dilma Juliana, idealizadora do projeto.

Expansão


A Caixa Postal começou em agosto e 20 apenadas estão participando. A cada mês, entram mais 10. No ano que vem a ideia é expandir.

"O fato de ter remição faz com que a adesão seja bem maior. Hoje temos a pretensão de que 100% delas participem, elas têm essa intenção", afirmou a gerente do Presídio Feminino de Florianópolis, Renata de Souza de Oliveira.

As obras são de autoras e protagonistas mulheres. O primeiro livro foi "Becos da memória", de Conceição varisto. Agora, elas estão lendo "Meus desacontecimentos", de Eliane Brum.

"Eu acredito que a leitura social e o feedback trazido pelas professoras trazem uma possibilidade muito importante de reflexão sobre causas e consequências das escolhas de vida, o que certamente contribui muito para ressocialização delas", afirmou a juíza da Vara de Execuções Penais de Florianópolis Paula Botke.

Com dois livros, serão oito dias a menos de detenção para uma das presas. "Tem outras colegas minhas fazendo, todas se envolvem também. Para mim, está sendo ótimo, por causa da minha ansiedade e da minha depressão. A gente vai conversando sobre os livros, elas também adoram. Eu também gosto, foi uma oportunidade muito boa", afirmou ela.

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