O Dia Nacional da Conservação do Solo é celebrado em 15 de abril, em homenagem ao agrônomo e pesquisador norte-americano Hugh Hammond Bennet, nascido nesta data, em 1881. “Bennet, preocupado com problemas de erosão, foi pioneiro em desenvolver ações de conservação do solo nos Estados Unidos e pelo mundo, sendo diretor chefe da Agência Federal de Conservação dos Recursos Naturais daquele país”, destaca o extensionista e engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Edemar Valdir Streck, ao avaliar o Dia como sendo um momento de reflexão, “para alertar a população sobre a importância de conservarmos nossas terras e aumentarmos a produção de alimentos, sem degradação ambiental”.
No Brasil, o Dia Nacional da Conservação do Solo foi oficializado em 13 de novembro de 1989, através do Decreto de Lei número 7.876. De lá para cá, não apenas as universidades, mas a Extensão Rural, baseadas nos estudos e experimentos de Bennet, iniciaram trabalhos e ações de manejo e conservação do solo, inclusive no Rio Grande do Sul, através da atuação da Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
“Evoluímos muito na conservação do solo, mas estamos longe do ideal”, afirma Streck, ao citar práticas que degradaram o solo, como queima de palhada nas lavouras e do uso do arado, acompanhada de duas ou três gradagens, ficando o solo descoberto aos processos de erosão, que causam perda de sementes e fertilizantes, necessitando muitas vezes de replantio das lavouras. “Graças ao Plantio Direto, que revolucionou a agricultura no Rio Grande do Sul, o preparo do solo mudou”, afirma, ao citar ainda a evolução da pesquisa, dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social e das máquinas, que realizam a semeadura direto na palha. “Todo esse trabalho de certa forma contribuiu na redução das perdas de solo por erosão”, diz.
“Estamos longe do ideal na conservação do solo, porque continuamos fazendo uma agricultura de monocultura em semeadura direta, deixando a desejar nas necessidades de produção de palhada, sem a devida rotação de culturas”, avalia Streck, que cita ainda como problema a compactação do solo.
O extensionista defende o bom manejo, que contribui para melhorar a estrutura do solo, controlar enxurradas, armazenar água no solo e reduzir os impactos das estiagens, como a que tem acontecido neste ano de 2020 e em outros anos. “O manejo e as práticas conservacionistas contribuem na redução desses impactos e aumentam a produtividade dos solos”, diz Streck, ao citar o alerta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) quanto à escassez de novas áreas de terras, o que pode comprometer o abastecimento de alimentos para a população. “Diante desse cenário, só nos resta aumentar a produtividade e a capacidade produtiva dos nossos solos”, observa.
Para Streck, uma forma de repor a fertilidade do solo e evitar as perdas na agricultura é manter práticas conservacionistas e de manejo que retenham a água no solo. “Reconheço a luta dos técnicos, tanto da Emater, como da pesquisa, das universidades e das cooperativas, e principalmente dos agricultores, que acreditam nas práticas de conservação do solo, garantindo uma agricultura mais produtiva para as futuras gerações”, finaliza.