O crescimento de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), frustrou, pelo segundo ano consecutivo, a expectativa de retomada da economia do Brasil. O padrão se repetiu em vários anos desta década e há entre os economistas quem chame os anos 2010 como a “década frustrada”. O movimento tende a se repetir este ano com os efeitos do surto de coronavírus.
Na avaliação de economistas ouvidos pelo R7, o resultado aquém do esperado para a soma de todos os bens e serviços produzidos no País foi influenciado por acontecimentos internos e externos. Sob o ponto de vista negativo, o crescimento foi limitado pelo rompimento da barragem de Brumadinho, a desidratação da reforma da Previdência, a crise na Argentina e a guerra comercial entre China e Estados Unidos.
“O que contribuiu negativamente para a economia andar foi a situação da Argentina, que impactou muito a nossa atividade econômica, e as incertezas na reforma previdenciária. […] O rompimento da barragem de Brumadinho teve um impacto limitado porque a Vale voltou a produzir”, avalia o economista-chefe da Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.
O resultado mantém o nível de crescimento econômico em torno de 1% registrado nos últimos três anos. O presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda, afirma que o dado é também representado pela ausência de uma política articulada para favorecer o aumento do PIB.