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Rio Grande do Sul

Covid-19: Mandetta diz que RS está na "fase de transmissão intensa"da doença

Ex-ministro lembrou que só se pode dizer que uma região chegou ao pico da covid-19, após estabilização do número de casos.

GZH
por  GZH
16/07/2020 15:40 – atualizado há 3 anos
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O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou nesta quinta-feira (14) que o Rio Grande do Sul passa por momento de transmissão intensa do coronavírus. Em entrevista ao Timeline, ele lembrou que só é possível efetivamente dizer que uma região chegou ao pico da covid-19 após uma estabilização do número de casos — o que não está ocorrendo no Estado.

Vocês estão na fase de transmissão intensa. Essa fase tem um tempo que vai esgotar seus suscetíveis. E isso vai ocorrer, e nós só vamos saber se a semana de hoje é o pico, se ainda temos o que crescer depois que essa doença claramente der sinais de estabilização. Por enquanto, ela dá sinais de aumento, dia após dia — disse.

O ministro também defendeu que o fechamento mais rigoroso é necessário para conter o avanço da doença. Embora o Rio Grande do Sul tenha começado com uma base de infectados mais baixa, Mandetta lembrou que este é o Estado com o maior número de idosos do Brasil.

— Eu vi o plano do RS, (...) ele é um meio termo. Só que agora, esse momento é o momento que vocês estão entrando na fase de transmissão intensa, como é típico no Rio Grande do Sul no inverno. O inverno no RS leva as pessoas, nos meses de junho até agosto, para os hospitais com síndromes respiratórias agudas. Esse ano, além da média histórica, tem a epidemia de um vírus inédito agressivo — ressaltou.

De acordo com ele, é possível identificar o quão perto do pico um local está quando cerca de 20% das pessoas estão com anticorpos. Para saber isso, contudo, é necessário haver testagem.

— As pessoas que querem acreditar que não existe nada, eu já escutei (dizerem) "deixa todo mundo pegar" (...) Seria uma carnificina, uma tragédia. Esse vírus, se a letalidade dele individualmente não é elevada, a letalidade para o sistema de saúde é intensa, ele derruba o sistema. A pessoa que tiver uma apendicite vai bater na porta do sistema e não vai conseguir entrar — explicou. — Morrem 1,3 mil pessoas no Brasil em 24 horas e eu vejo pessoas falando que é pouco. São 5 Boeings lotados caindo na nossa cabeça todo o dia e tem gente achando pouco — exclamou.

O ex-ministro afirmou que, ou se administra a velocidade com que a doença se alastra ou será registrado um número "macabro" de casos, sob aquilo que ele chamou de "falso dilema" de proteção à economia.

— Sociedades que não se protegem levam muito mais tempo para se recuperar, perdem a autoestima, porque parte do descaso à vida. — afirmou.

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