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Segurança

Corpo de mulher vítima do temporal em SC é encontrado durante velório do marido

Bruna Bozan, de 27 anos, foi encontrada morta enquanto o marido e outros cinco familiares eram velados nesta sexta (18).

NSCTotal
por  NSCTotal
18/12/2020 22:00 – atualizado há 3 anos
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Durante o velório das seis pessoasda mesma família que morreram na tragédia dePresidente Getúlio, no Alto Vale do Itajaí, o corpo de um dosoutros três parentes desaparecidos foi encontrado. Na tarde destasexta-feira (18), Bruna Bozan, 27 anos, foi reconhecida peloInstituto Geral de Perícias enquanto o marido, Andrei Bozan, 28, eravelado no salão paroquial de uma igreja luterana da cidade vizinha,Ibirama. O salão do município está sendo utilizado como unidade desaúde.

Daniel Wiese, 44, a esposa Francieli Wiese, 34, e o filhoAriel Wiese, de apenas cinco anos, foram velados junto com DieterWiese, 50, irmão de Daniel, Elsa Wiese, 82, mãe dos dois e Andrei,neto dela. Além disso, no mesmo local ocorreu a despedida de VeraOdorizzi, 48, que não tinha ligação com os seis.

Seis pessoas da mesma família que morreram no temporal em Presidente Getúlio foram veladas(Foto: Patrick Rodrigues / Jornal de Santa Catarina)

Apesar do coronavírus, o salão encheu. A funerária responsávelinformou que não foi possível seguir os protocolos de prevenção(com horários reduzidos de velórios e com poucas pessoas) devido àgrande comoção gerada. A tragédia forçou uma exceção. Nacerimônia de despedida, por volta das 17h, cerca de 100 pessoasparticiparam dentro e fora da estrutura que abrigou os sete caixõeslacrados lado a lado, repletos de coroas de flores. Nem o pastorconseguiu segurar o choro:

As palavras não expressam o sentimento. Eles cantaram muitasvezes com a gente, é muito difícil. Por que pessoas boas passam porcoisas ruins? - desabafou no palco.

A família Wiese frequentava a igreja e participava do coral, emespecial o casal Franciele e Daniel. Eles adotaram os filhos de 13 ecinco anos em abril. A menina, única sobrevivente, permaneceu em péao lado do pequeno caixão branco do irmão mais novo, Ariel.

Uma amiga da família, Vânia Schmitz, que estava no velório,conta que os quatro estavam realizados. Francieli havia comprado umapiscina para dar aos pequenos no primeiro Natal que passariamjuntos.

Ela [a adolescente] estava lá em casa na semana passada parabrincar com a minha filha. Falou que já tinha sofrido tanto, mas queagora tinha tudo o que sempre sonhou: pais, avós, tios... E aíacontece isso. Foi um filme de terror - resumiu.

Durante a fala, o pastor informou que Bruna havia sido encontradasem vida. Depois do enterro, o velório da jovem mulher começou aser organizado. Bruna vivia com Andrei perto da casa da sogra.Deixaram o imóvel no momento da enxurrada e acabaram arrastados.Casados há quatro anos, planejavam terminar de construir a estruturae ter filhos.

O enterro dos sete ocorreu no cemitério da igreja luterana dePresidente Getúlio no final da tarde desta sexta. Bruna seráenterrada no mesmo local que o marido.

Bruna e Andrei eram casados há quatro anos(Foto: Reprodução / Redes sociais)

Sete despedidas

Vânia também conhecia Vera pois trabalhavam juntas em umacamisaria. A mulher morava no bairro Revólver com o marido, os paise a filha. A enxurrada arrastou a casa deles. Os pais dela continuamdesaparecidos. A filha e o esposo foram carregados pela água pormetros, mas conseguiram se segurar a uma estrutura e sobreviveram.

Dorita Wiese, 55, que perdeu nove parentes, ficou sentada ao ladodo caixão do filho. A mulher que disse ter perdido um pedaço de sisó encontrava forças para chorar. Recebeu diversos abraços depessoas que ainda pareciam não acreditar no que passou. Se osofrimento em um velório já é muito, nesta sexta foi multiplicadopor sete.





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