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Edson Almeida
Segurança

Corpo de Bombeiros diz que há 33 desaparecidos na Baixada Santista após temporal

Dois bombeiros que trabalhavam nas buscas estão entre os mortos. Defesa Civil do Estado de São Paulo já registrou a morte de quinze pessoas.

Isto É
por  Isto É
03/03/2020 16:11 – atualizado há 3 anos
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As chuvas fortes que atingem a região da Baixada Santista desde a tarde de segunda-feira, 2, já provocaram ao menos 15 mortes nas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente. Quarenta e seis pessoas estão desaparecidas. O balanço foi divulgado por volta de 13h20, em conjunto, pela Defesa Civil e pelos bombeiros.

O principal local com registro de mortes até o momento é o Guarujá, com 11 óbitos. A cidade tem 33 desaparecidos. Um dos locais mais atingidos é o Morro do Macaco Molhado e no Jardim Centenário. A prefeitura da cidade decretou estado de emergência. Pelo menos duzentas pessoas estão desabrigadas no município. Na manhã desta terça, o prefeito Valter Suman (PSB) sobrevoou as áreas mais atingidas junto com o coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Walter Niakas Júnior.

Em entrevista à Rádio Eldorado, o coronel Endel Ricardo Pereira, diretor de operações da Defesa Civil estadual, confirmou que entre as vítimas estão dois agentes do Corpo de Bombeiros. Eles participavam de uma operação de resgate no Morro do Macaco Molhado, no Guarujá, e foram atingidos por um novo deslizamento, que deixou um deles morto, enquanto o outro continua soterrado.

O ajudante de pedreiro Luciano Martins de Oliveira, conhecido como Aranha, de 59 anos, estava dormindo em casa no momento do deslizamento, por volta da 1h30, no Morro do Macaco Molhado. Ele chegou a ficar soterrado até o umbigo, sendo ajudado a sair por vizinhos e bombeiros. “Achei que iria perder metade do corpo. Me ajudaram a sair pela janela”

No início da tarde, mesmo com a chuva, ele estava nas proximidades da casa, preocupado em conseguir os documentos, mas a casa, de madeira, em que vivia há 6 anos, desmoronou. “Não tenho lugar para ir. Perdi tudo, estou só com a roupa do corpo mesmo.” Luciano não quer mais ficar no Morro do Macaco Molhado. “Dá medo, essa chuva não para”, diz. “Mas o importante é estar vivo”, acrescenta.

“Veio aquela água, aquela lama correndo um monte, parecia aquilo que teve em Minas. Como era o nome mesmo daquele lugar?”, disse, referindo-se a Brumadinho, onde o rompimento de uma barragem deixou ao menos 270 mortos. Como ainda chove na região, o Corpo de Bombeiros pediu para moradores e jornalistas se afastarem do local de um dos desmoronamentos. Nas ruas da parte mais baixa, a população usa enxadas, carrinhos de mão e outros equipamentos para retirar a lama avermelhada.

Ainda conforme balanço divulgado no começo da tarde, Santos tem uma morte e 11 desaparecidos. São Vicente tem três desaparecidos. Em Santos, a prefeitura decretou estado de atenção. A vítima, uma mulher de 30 anos, morreu soterrada em um deslizamento no Morro do Tetéu. O Corpo de Bombeiros resgatou com uma criança atingida por deslizamento no Morro do Fontana. Ela foi levada para a Santa Casa e continuava internada em estado estável.

Em Santos, os deslizamentos atingiram ainda os morros Santa Maria, São Bento, Vila Progresso e Monte Serrat – muitos moradores abandonaram as casas. A prefeitura distribuiu lonas plásticas para moradores de imóveis afetados. A Secretaria de Educação suspendeu as aulas em unidades de ensino devido às dificuldades de acesso. A escola Terezinha de Jesus Pimentel, no Morro de São Bento, está funcionando como ponto de acolhida para os desabrigados.

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