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Saúde

Contrair Covid-19 após a primeira dose pode atrasar a segunda, que deve ser mantida

Médicos explicam que esquema vacinal não pode ser interrompido e a dose complementar deve ser aplicada 30 dias após primeiros sintomas.

Correio do Povo
por  Correio do Povo
14/06/2021 14:05 – atualizado há 2 anos
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É possível se infectar com o novo coronavírus após receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A situação é ainda mais preocupante ao se observar dados do Ministério da Saúde que mostram que 4,4 milhões de brasileiros não tomaram a segunda dose dos imunizantes contra a doença dentro do prazo recomendado pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI).

Mas o que fazer se você for infectado pelo SARS-CoV-2 entre as duas doses? A pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Mônica Levi explica que a imunização deve ser completada.

"Quem ficou infectado no intervalo da primeira para segunda dose não só pode, como deve completar o esquema de imunização, considerando as mesmas orientações de quem foi infectado independentemente da vacina. A recomendação é receber a segunda dose 30 dias após o início dos sintomas", alerta Levi.
Sérgio Lima/Poder360

A infectologista Keila Freitas, do Hospital Sírio-Libanês e diretora da clínica Regeneratti, acrescenta: "Mesmo quem já teve a Covid-19 precisa da segunda doses. Não está provado que quem ficou doente e recebe a primeira dose está imunizado. Até porque a transmissão do vírus está se mostrando muito mais rápida que os próprios estudos da eficácia das vacinas. E temos as cepas diferentes também", diz a médica.

O maior distanciamento entre as duas aplicações não muda a eficácia da proteção, uma vez que o organismo não perde a resposta imunológica obtida após primeira vacina.

"Ao longo do tempo, aumentaremos nossa experiência específica com as vacinas Covid-19. Mas temos imunizações na história da humanidade há décadas e sabemos que o sistema imunológico registra a dose e não devemos recomeçar o esquema vacinal. Essa é uma das premissas das vacinas: o sistema imunológico sempre lê e computa os imunizantes", afirma Mônica Levi.

Porém, vale destacar que o fato de não perder a eficácia não significa que o indivíduo não deve respeitar o distanciamento preconizado pelas farmacêuticas. A infectologista lembra que nos estudos clínicos as empresas testam como o fármaco funciona melhor.

"Quando a vacina é produzida e testada, não estudamos somente a quantidade de medicação que é necessária por dose. Vemos o número de doses e o tempo máximo de intervalo entre elas para termos a melhor resposta imune possível", conta Keila.

Na última semana, um estudo feito em Israel mostrou que a vacina da Pfizer chega a uma resposta imune superior a 50% após 13 dias da primeira dose. No caso da AstraZeneca a eficácia chega a ser superior a 70%. A CoronaVac não apresentou esses dados, já que o período entre as aplicações é curto, de 21 dias.

Mônica ressalta: "Nada é tão matemático e com tanta exatidão. Mesmo que haja evidências de um benefício parcial após a primeira dose, a proteção máxima e desejável é só após a segunda dose. Ninguém pode se sentir vacinado, tranquilo e protegido com uma dose só."

Quanto mais gente estiver vacinada numa população, menor é a taxa de transmissão e a imunidade coletiva tem mais chances de ser atingida. Então, tendo sido infectado ou não, é só com duas doses, no caso das vacinas aplicadas no Brasil, que a pessoa está protegida e protege os outros.

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