Cinquenta e três dias depois de ouvir as manifestações das defesas de Grêmio e Inter, a Conmebol definiu nesta sexta-feira (22) as punições para os jogadores julgados pela confusão no Gre-Nal válido pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. O zagueiro gremista Paulo Miranda e o lateral colorado Moisés pegaram as maiores penas, com quatro jogos de suspensão cada.
O atacante Luciano e o volante Edenilson também sofreram punições pesadas: cada um terá de cumprir três jogos de suspensão na Libertadores. Os gremistas Caio Henrique e Pepê e os colorados Victor Cuesta e Praxedes cumprirão a punição automática de um jogo. Os clubes ainda terão de pagar pouco mais de R$ 40 mil, cada, pelas multas sofridas pelos atletas expulsos na partida.
O Gre-Nal válido pela segunda rodada do Grupo E ocorreu em 12 de março, na Arena, e terminou empatado por 0 a 0. Os dois clubes gaúchos, com quatro pontos, lideram a chave.
O América de Cali aparece em segundo, com três pontos, e a Universidad Católica, com zero, ocupa a lanterna. A Libertadores está paralisada por tempo indeterminado em razão da pandemia de coronavírus.
A Conmebol informou que o lateral-esquerdo Moisés precisará cumprir quatro jogos de punição, o volante Edenilson três partidas e o zagueiro Víctor Cuesta e o meia Bruno Praxedes cumprirão apenas suspensões automáticas. O clube ainda terá de pagar 9 mil dólares (cerca de R$ 50 mil) em multas pelas expulsões.
Questionado sobre a possibilidade de recurso das penas, o vice-presidente jurídico do Inter, Gustavo Juchem, revelou que, por conta de uma regra da entidade sul-americana, apenas o caso do lateral Moisés é passivo de nova ação.
— A Conmebol tem um critério que impossibilita que nós possamos recorrer de punições abaixo de três jogos. Com isso, só temos a possibilidade de recurso na punição dada ao Moisés. Não decidimos isso ainda de forma oficial, mas obviamente tentaremos diminuir esta punição — comentou o advogado, ressaltando que o clube foi notificado há pouco pela entidade e tem 15 dias para apresentar o recurso.
O principal lamento do departamento jurídico colorado ficou por conta da punição ao zagueiro Víctor Cuesta. Na visão do clube, não havia provas para a punição, porém, como o atleta havia sido expulso dentro de campo, dificilmente a suspensão automática seria anulada.
— Acho que houve uma injustiça na punição dada ao Cuesta. Já que as provas de vídeos que apresentamos mostram que não houve agressão por parte do jogador. Porém, a súmula referia que o Cuesta havia agredido um jogador do Grêmio, e isso geraria uma punição maior. Sabemos que é muito difícil a absolvição de um jogador que cumprirá apenas a automática — explicou.
Bruno Praxedes e Edenilson também foram punidos. Na visão do vice-presidente jurídico, as punições foram rígidas para os dois lados.
— Aos demais (Edenilson e Praxedes), é uma questão de dosagem subjetiva que não é a que gostaríamos. Pelo o que sei, do que foi imposto também aos atletas do Grêmio, penso que, assim como o árbitro tentou equilibrar as expulsões durante o jogo, parece que a Unidade Disciplinar quis punir os dois lados de forma parecida — finalizou.
No lado gremista, a maior pena recaiu sobre o zagueiro Paulo Miranda. O defensor recebeu uma suspensão de quatro jogos e uma multa de 3 mil dólares (R$ 16.590). Por ter sido superior a três partidas esse é o único caso que cabe recurso.
Luciano foi penalizado em três jogos e recebeu a mesma multa de Paulo Miranda. Já o atacante Pepê e o lateral Caio Henrique foram suspensos por uma partida e mais US$ 1,5 mil (R$ 8.295).
— O Pepê podia ter sido absolvido, mas na pratica dá na mesma porque ele ainda não cumpriu a suspensão automática, que é obrigatória —avalia o advogado gremista Jorge Petersen.
Com os resultados, Pepê e Caio Henrique não poderão enfrentar a Universidad Católica, em Santiago, quando a Libertadores recomeçar. Luciano só poderá retornar na última rodada, contra o América de Cali, enquanto Paulo Miranda só ficará à disposição nas oitavas de final.