Congresso debate OVNIs e relembra caso do ET de Varginha em audiência pública

O Congresso Nacional foi palco nesta terça-feira (16) de uma audiência pública sobre Ovnis e ufologia, organizada pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). O encontro, realizado em Brasília, buscou discutir relatos de fenômenos aéreos não identificados e atraiu a atenção por resgatar o enigmático caso do ET de Varginha (MG), que completa quase três décadas sem respostas conclusivas.

Um dos destaques foi o depoimento de Vitório Pacaccin, consultor da Revista UFO e integrante do extinto Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (CICOANI). Ele afirmou que, em 1996, não apenas uma criatura teria sido encontrada, mas pelo menos cinco seres foram capturados de forma sigilosa, com apoio das Forças Armadas. “Eles não empreenderiam uma operação desse porte para capturar um animal comum. Aquelas criaturas eram extraterrestres”, afirmou.

Pacaccin reforçou que militares da Escola de Sargentos das Armas (ESA), em Três Corações (MG), participaram diretamente da suposta ação, o que, segundo ele, comprova o nível de sigilo e de operação de segurança nacional envolvido. Para o ufólogo, o episódio de Varginha é “a maior história de ufologia do mundo” e até hoje permanece encoberto por segredos militares.

O caso ficou famoso em janeiro de 1996, quando três jovens relataram ter visto criaturas estranhas, de olhos vermelhos e aparência incomum, em Varginha. A cidade rapidamente ganhou notoriedade, sendo apelidada de “capital do ET”, atraindo curiosos, turistas e pesquisadores do Brasil e do exterior. Apesar da repercussão, nunca foram apresentadas provas concretas, apenas relatos testemunhais.

Chico Alencar, que convocou a audiência, destacou que a intenção não era discutir especificamente a existência de seres extraterrestres, mas ampliar o debate sobre a necessidade de transparência em fenômenos aéreos não identificados. “Um Ovni não significa uma nave alienígena; é qualquer objeto ou fenômeno que não pôde ser identificado no momento em que foi observado”, justificou o deputado, relacionando o tema à Lei de Acesso à Informação (LAI) e à soberania nacional.

Além do Congresso, o caso de Varginha também ganhou um espaço físico dedicado à memória do episódio. Em 2022, foi inaugurado na cidade o Memorial do ET, que reúne exposições, filmes, planetário e abriga ainda a Secretaria de Turismo e Comércio da Prefeitura. O espaço se consolidou como atração turística e cultural, reforçando a ligação da cidade mineira com o episódio.

O Exército Brasileiro foi procurado pela imprensa para comentar as afirmações feitas na audiência, mas até o momento não deu retorno. A ausência de respostas oficiais reforça o clima de mistério que continua cercando o caso, alimentando teorias e debates.

Mais de 25 anos depois, o suposto “ET de Varginha” segue sem paradeiro conhecido, mas com força suficiente para gerar debates no Parlamento, atrair especialistas e manter viva uma das histórias mais enigmáticas da ufologia mundial.