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Cidade

Chia: Conheça o último judeu de Quatro Irmãos

Documentário feito pelo canal Judaísmo ao Centro, mostra histórias e relatos de Oisas Eisn, o último judeu que morava nos lotes originais das colônias judaicas em Quatro Irmãos, implantadas pela Jewish Colonization Association, de Barão Hirsch

Leandro Zanotto / AU Online
por  Leandro Zanotto / AU Online
05/05/2023 14:02 – atualizado há 1 mês
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A web série, Judaísmo Ao Centro, exibida no YouTube deu à luz nesta semana a história de “Chia”, conhecido como o último judeu de Quatro Irmãos. Ao longo de 12 minutos a documentário destaca a história de Osias Eins, que chegou ainda criança na antiga colônia criada pela empresa Jewish Colonization Association, de Barão Hirsch, vindo do leste europeu com a família.

De acordo com o documentário, a família que se instalou na colônia Baronesa Clara que fazia parte Fazenda de Quatro Irmãos, vendeu seus lotes e foi para Palestina, onde “Chia”, disse que serviu o exercito de Israel, porém lá, a vida também não era fácil, fazendo com que retornassem a Quatro Irmãos, recebendo novamente lotes da empresa de colonização.

Chia, que faleceu no dia 21 de junho de 2020, vivia sem bens materiais segundo o documentário, dormindo em uma cama de chão batido e andando dezenas de quilômetros a pé todos os dias. Ele ainda falava em português, hebraico e o dialeto judaico, sendo considerado o último morador das colônias judaicas de Quatro Irmãos.

Mato do “Chia”

O documentário também fala do “Mato do Chia”, lotes dados pela companhia colonizadora a família do judeu, que viraram uma floresta densa que se tornou referência para os moradores da região.

Até Brasília a Pé

O médico obstetra nascido em Quatro Irmãos e que atualmente mora em São Paulo. Valdemar Bliacherine, lembra que conheceu “Chia” ainda na infância e falou sobre um hábito estranho do judeu, ir uma vez ao ano até Brasília, a pé.

“Chia trabalhou e morou em minha casa, só não ficou mais tempo por que ele tinha um habito de ir a Brasília uma vez ao ano a pé. Lembro que ele fazia questão de dizer que era judeu e que morava em Quatro Irmãos uma vila de colonização judaíca”, ressaltou.

A Casa de “Chia “

O documentário também visitou a casa onde “Chia”, morava, um local simples de madeira em meio a mata.

A assistente social, Lucélia de Valle, que conviveu com o judeu em seus últimos anos de vida, durante seu trabalho no CRAS do município falou sobre a judeu.

“O que mais me chamava atenção era a cultura dele. Era uma pessoa muito culta. Ele não tinha rádio, televisão, celular, mas sabia de tudo que acontecia no mundo. Isso por que ele gostava de ler. Ele ia até Erechim e resgatava jornais que eram entregues na casa de amigos, trazia para casa, lia todo o conteúdo e tinha uma memória muito boa armazenando todas aquelas informações, que depois ele nos contava, sinto até saudade”, contou emocionada.

O atual secretário de administração da prefeitura de Quatro Irmãos, Aljucir Quadros, que também conviveu com “Chia”, também acompanhou a visita e explicou um pouco sobre o local onde o judeu morava.

“Aqui ele desenvolvia suas pesquisas. Lembro que ele ficou por muitos anos, criando o que ele chamava de gasogênio, que seria o biodiesel, ele escrevia fórmulas e levava na prefeitura. Além disso, pesquisava sobre plantas, algo parecido como glifosato (utilizado em defensivos agrícolas), mas que não seria prejudicial ao solo”, ressaltou.

Vídeo de “Chia”

O documentário também apresenta um vídeo importante, um dos poucos registros em vídeo do judeu, no momento que ele recebe estudantes ortodoxos vindos de Israel. “Chia”, pergunta sobre os confrontos entre árabes e judeus, na faixa de gaza.

Morte de “Chia”

O vídeo documental ressalta a vida do judeu, mas não fala sobre sua morte. Uma reportagem nas redes sociais da prefeitura de Quatro Irmãos, realizada pelo jornalista Marcos Castro, lamenta a morte de “Chia”, que aconteceu na madrugada do dia 21 de Junho, no Hospital Santa Terezinha, em Erechim.

Osias Eisen, tinha 87 anos, era descendente de judeus austríacos, migrados para a América do Sul, durante o período de implantação do projeto que transferiu famílias residentes em países da Europa Setentrional, onde eram perseguidos

Veja o documentário

O documentário completo pode ser assistindo no YouTube. Confira!


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